Cyberpunk: Edgerunners | Crítica – Nesses últimos dias a Netflix nos trouxe o anime Cyberpunk: Edgerunners, uma bela colaboração entre o estúdio Trigger, e claro, a CD PROJEKT RED.
Porém, assim como o game, será que o anime também possui seus problemas? já podemos adiantar que a animação é uma das melhores produções desse ano, então, podem ficar tranquilos sobre a qualidade da obra.
Uma proposta convidativa
O anime executa uma ideia bastante interessante de explorar o universo do game Cyberpunk 2077, que por mais que algumas pessoas possam não ter jogado o game, a experiência desse público não será afetada, visto que o anime serve muito bem os novos consumidores da franquia.
Inclusive, felizmente essa adaptação não cai naquele famoso problema que aconteceu com Persona 5: The Animation.
O anime de Persona 5 sofre de um grave problema onde uma pessoa que nunca jogou o game, vai acabar achando o anime uma bela porcaria. A animação de Persona 5 é algo completamente nichado, nem um pouco convidativo para aqueles que não conhecem o game de 2017, então, o anime acaba falhando na missão de trazer um novo público para o jogo.
Entre os problemas, a animação acaba abusando de termos do game e mostra situações que só quem jogou o jogo é capaz de compreender. Contudo, o anime de Cyberpunk não sofre desse problema, ele é extremamente convidativo para quem não jogou o game, tornando assim a experiência do anime completamente produtiva. E claro, para aqueles que jogaram o game, o anime consegue ser um grande fanservice de qualidade, mostrando alguns lugares icônicos, personagens e até mesmo apresentando alguma trilha sonora vinda diretamente de Cyberpunk 2077.
História e Universo
Por mais que possua um roteiro extremamente simples, Cyberpunk: Edgerunners consegue entregar uma história de qualidade. A obra possui um foco inicial nas missões do elenco principal, abordando bastante a evolução da relação entre eles, mas principalmente, a evolução entre David e Lucy, nossos protagonistas.
O ritmo da obra inclusive segue nesse padrão de missões, e mesmo que acabe passando aquela sensação de ser algo completamente episódico, essa sensação vai embora quando o anime começa a nos entregar a clara evolução no relacionamento de todo o elenco.
Ainda sobre o ritmo da obra, obviamente por ter apenas 10 episódios, o anime acaba sendo meio rápido em alguns setores, principalmente no começo, contudo, a experiência não acaba ficando defasada. A animação consegue usar muito bem o tempo que tem, explorando completamente o universo de Cyberpunk. Porém, a reta final já acaba sofrendo um pouco mais por conta desse ritmo, e com isso, o anime acaba fazendo uma mudança de tom completamente brusca, tornando o final da animação um completo divisor de águas.
Produção e Animação
Basicamente a gente nem precisa vir aqui e dizer que a produção de Cyberpunk: Edgerunners é incrível, a Trigger como sempre nos entregou um ótimo trabalho, feito com todo carinho e cuidado do mundo. Uma animação de Cyberpunk, por conta da temática, implorava por um ótimo uso de cores, suplicava por uma ótima direção de arte, e claro, a Trigger foi lá e entregou tudo isso.
Inclusive, é no episódio 6 onde vemos a direção do anime em seu ápice. Muito provavelmente é o episódio mais criativo da série, só nesse episódio vemos muitos estilos que a Trigger consegue explorar, desde uma vibe completamente vintage, até mesmo uma estética bem mais escrachada e conceitual.
Veredito
Cyberpunk: Edgerunners é um anime excelente, que consegue entregar uma produção extremamente valiosa e uma exploração de universo feita com maestria. Por mais que possua um ritmo meio acelerado, o anime aproveita muito bem de seu tempo para aprimorar a relação de todos os personagens do elenco, contudo, esse ritmo acaba sendo seu maior inimigo na reta final, deixando o anime com aquele leve gostinho amargo.
Lembrando que essa crítica, explorando um pouco mais outros pontos do anime, está disponível no meu canal pessoal lá no YouTube.
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