Com a jornada dos digiescolhidos quase no fim, eles ainda precisam encontrar os brasões restantes para enfrentar a Grande Calamidade. Os episódios 62 e 63 introduzem os brasões do amor, de Sora, e da coragem, de Taichi, além de revelar algumas informações interessantes sobre o caminho que o anime tomará nos próximos episódios.
Digimon Adventure EP 61 | Crítica
EP 62 – As lágrimas de Shakkoumon
Taichi e Agumon continuam sua viagem e acabam chegando em um vilarejo cheio de digimon conhecidos da turma. Eles estão tentando revitalizar a área e criar um lugar seguro onde todos possam viver – lá também estão Sora e Piyomon, que estão tentando ajudá-los a ter boas plantações.
Sora apresenta Taichi a Neamon, digimon que foi salvo por ela, Yamato e Joe em sua primeira passagem pelo Continente Cloud. Ele explica que aquela região foi lar de um digimon muito bom que a protegia no passado – Neamon escolheu aquele lugar justamente para que eles pudessem receber um pouco daquela proteção antiga e seguir em frente. Sora e Piyomon acabaram ali quando seguiam o mapa em seu digivice, e como a digiescolhida tem a sensação de que eles não estão ali só para lutar contra o mal, resolveu ficar e ajudar a reconstruir.
Decididos a ajudar, Taichi e Agumon recebem uma missão de Neamon: retirar um grande tronco de uma árvore que está atrapalhando a expansão da plantação. Dito e feito, com a ajuda de todos, o tronco é retirado. Porém, saído do buraco deixado pelo tronco, um digimon gigantesco começa a destruir tudo pelo caminho. Ele é aquele digimon muito bom que protegia a região, por isso ninguém entende direito o que está acontecendo, e tudo o que podem fazer é se defenderem.
Taichi tem a impressão de que o digimon está lutando contra alguma coisa e não está vendo o que está acontecendo de verdade. Quando Sora e Garudamon encostam no digimon para tentar pará-lo, elas sentem uma sensação esquisita, como se ele estivesse sofrendo. Então, também sem nenhum aviso, ele para de se mexer.
Aproveitando a trégua, Sora desce o buraco de onde o digimon saiu, e encontra uma espécie de santuário em homenagem a ele. Quando a digiescolhida encosta em uma tabuleta com imagens e escritas antigas, o poder do digivice ressoa e ela é capaz de traduzir tudo: há muito tempo, ele era o guardião dessa terra, capaz de destruir qualquer mal; seu nome era Shakkoumon.
Sora se distrai um pouco e acaba encontrando um boneco na forma de Shakkoumon. Quando toca nele, ela e Piyomon entram em uma espécie de transe e tem visões do passado, do guardião lutando contra inúmeras criaturas das trevas. Sora começa a chorar, e as duas acabam desmaiando. No lado de fora, o guardião volta a se mexer e destruir tudo em seu caminho.
Taichi e WarGreymon tentam impedí-lo, e enquanto isso Sora, ainda desmaiada, tem um sonho: na guerra santa do passado, Shakkoumon lutou para defender os Cupimon que moravam naquela região. A guerra foi sangrenta, mas, percebendo que seu fim era inevitável, os Cupimon decidiram selar Shakkoumon, para que ele pudesse descansar e retornar quando o mundo estivesse em paz.
Sora acorda e percebe que o digimon está atacando tudo porque ele ainda acha que está em guerra. Sentindo grande pesar por ele, Sora e Garudamon entram na frente dos ataques de WarGreymon para proteger Shakkoumon. Transmitindo toda sua compaixão para ele e alcançando seu brasão no processo, Garudamon evolui para Hououmon e usa seus poderes sagrados para fazer com que Shakkoumon recupere a razão. Agora lúcido, o guardião emite um som alto e claro de dor, deixando cair suas lágrimas.
EP 63 – O Brasão da Coragem
Após se despedirem de Shakkoumon e dos outros, Taichi e Sora continuam em seu caminho. Agora Taichi é o único que ainda não obteve seu brasão, então ambos decidem seguir o mapa de seu digivice e acabam chegando em um castelo protegido por um Knightmon.
O mapa aponta para dentro do castelo, então o grupo tenta conversar com Knightmon mas não responde. De repente ele se move para o lado, abrindo passagem para os digiescolhidos sem razão aparente. Entrando no castelo, Taichi percebe que algo não está certo quando ele vê um pássaro a sua frente e acaba separado dos outros.
Ele encontra uma luz que é a alma de um antigo digimon que participou da guerra santa: aquele castelo costumava ser o local de encontro dos guerreiros sagrados. Após suas mortes, o digimon alocou sua alma em um pássaro dourado para que ele pudesse guiar os guerreiros mais uma vez quando a hora chegasse. Ele diz que precisam saber se as crianças são capazes de usar o grande poder, e quando Taichi ia perguntar o que isso quer dizer, ele é atravessado por uma espada e desmaia.
Taichi acorda em uma terra desolada, aparentemente sem ferimentos. Ele não consegue se comunicar com ninguém e também parece estar sozinho. De repente ele escuta um barulho: Botamon, um digimon bebê, está sendo atacado por um Goblimon. Taichi ataca o digimon e cria uma oportunidade para ele e Botamon escaparem, porém não por muito tempo – eles acabam cercados por alguns Goblimon em um penhasco e, sem escolha, pulam no rio abaixo.
Mesmo assim, eles não conseguem descanso e são atacados por um Seadramon. Taichi precisa usar toda sua coragem para proteger Botamon e acaba conseguindo escapar. Em terra firme, eles avistam o pássaro dourado de antes e o seguem, apenas para serem atacados novamente, dessa vez por alguns Allomon. Percebendo que não consegue salvar o bebê sozinho, Taichi toma a decisão de ficar para trás e criar uma oportunidade para Botamon fugir. O digimon assiste enquanto o digiescolhido tenta lidar com os inimigos com todas as forças, e de repente ele exibe o símbolo da coragem em seu corpo e toma a forma de um Greymon feito apenas de energia. Junto com Taichi, eles acabam com os Allomon, e o digiescolhido acorda no mundo real.
O digimon dourado explica que precisava saber se ele era capaz de alcançar o grande poder: na guerra santa, a única forma que os guerreiros encontraram de derrotar Millenniumon foi através de uma união de forças, que deu luz a um guerreiro capaz de realizar um milagre. Esse guerreiro lendário já apareceu duas vezes nessa época, graças aos esforços de Taichi e dos outros, e ele será a única esperança para combater a Grande Calamidade. O digimon dourado brilha mais forte e some, e Taichi nota que esteve parado esse tempo todo apenas olhando para a parede. Ele se reencontra com Sora, Agumon e Piyomon, e nota que há uma estátua do digimon misterioso naquela sala: observando-a, seu digivice dá um sinal e ele percebe que finalmente obteve o brasão da coragem.
Veredito
Interessante notar que, pela primeira vez em um longo período (talvez desde a primeira aparição de WarGreymon, mais de 30 episódios atrás) o reboot foi capaz de entregar dois episódios sólidos. A questão dos dois últimos brasões precisava ser endereçada, mas é mais do que isso: por exemplo, o episódio 62 conseguiu trazer uma história que não tinha como foco nenhum dos digiescolhidos, e sim o seu mundo, que é a parte mais rica do anime. Menos focado em batalhas muitas vezes mal animadas, e sim na história que envolve o digimundo, o 62 trouxe emoção para um anime que até agora só conseguiu ser superficial em todas as suas questões.
Já o 63, além de colocar Taichi nos holofotes de uma forma menos de salvador do universo e mais de alguém que trata seus amigos como seu tesouro e faz de tudo para salvá-los (o que o tornaria um personagem muito mais identificável caso tivesse sido tratado assim desde o começo), trouxe respostas: o motivo de Omnimon aparecer tão cedo na série finalmente foi explicado, e, apesar de não ser das melhores explicações, isso chega a ser um alívio. Também é um alívio ver que ele não vai ser apenas uma jogada de Deus Ex Machina no anime, e que terá uma construção, por mais que mínima, que faça algum sentido.
O próximo episódio dá início ao fim: pelo título, deveremos ter finalmente a aparição de Ophanimon e Seraphimon. O inimigo começará a se movimentar, e talvez comecemos a entender do que se trata essa tal de Grande Calamidade.
Digimon Adventure tem novo episódio todo sábado, na Crunchyroll.