Cenários desafiadores, inspirações nas obras de H.P Lovecraft e combate com boas mecânicas são apenas algumas das características de Elden: Path of The Forgotten. O jogo, lançado em 09 de julho, foi desenvolvido pelo estúdio Onerat Pty Ltd e distributor pela Another Indie, sendo disponibilizado para as plataformas PC (via Steam) e Nintendo Switch. Em seu visual o jogo conta com uma arte pixelizada muito bem trabalhada e personagens detalhados. Além disso, há elementos que remetem a jogos da franquia souls, não só em sua jogabilidades, mas também em design de chefes e personagens que encontramos em nosso caminho. Que tal explorar mos mais detalhes de sua história, inimigos e outros pontos interessantes presentes na gameplay?
Uma forma diferente de narrativa e os Mapas
A história começa de uma forma misteriosa com uma senhora realizando a espécie de um ritual e entrando em um portal. Na sequencia, já controlamos Elden, filho da senhora anteriormente citada, que é acompanhado por uma ave que terá funções muito importantes no auxílio ao jogador. Desta forma, sem explicações ou maiores introduções, Elden deve explorar o mundo do jogo e descobrir o que aconteceu e onde está sua mãe. Porém seu busca não será tão fácil, pois estranhas criaturas surgiram e deixaram um ar de misticismo e sangue pelo caminho que deverá ser seguido.
A narrativa da aventura de Elden é contada de uma forma diferente, sendo necessários interpretar ilustrações para nos situarmos do que está acontecendo, além de explorar ao máximo cada mapa. Isso acontece porque a língua do jogo não é legível e a cada interação com documentos ou npc’s repara-se que algo está sendo lido ou dito, porém não pode ser compreendida. Falando um pouco sobre as áreas do jogo, cada uma delas são bem características e apesar de serem amplas apresentam uma estrutura que sempre direciona o jogador para o caminho certo. A principal característica de uma para outra é o clima, assim, inicialmente estamos em uma floresta, para então irmos à um deserto e depois para uma região de frio extremo.
Jogabilidade e itens
A jogabilidade é bem fluida, de fácil assimilação e um hud minimalista. Assim, na tela aparece apenas nossos recursos (vida,estamina e barra de magia), um quadrado para nossa arma e outro para o item que podem ser usados. Na parte superior às barras são mostradas as magias disponíveis e seus carregamentos.Em relação ao combate, ele pode ser caracterizado como simples, pois podemos como recurso o ataque, uso de magia e correr/andar como esquiva.
Para batalhar utilizamos uma espada – que é eficiente até o final do jogo – e encontramos um machado e picareta, porém para encontrar as armas é necessário explorar bem os mapas. Além de diferenças na quantidade de dano, cada uma delas também apresenta um consumo específico de estamina e um impacto diferente no ritmo de caminha do personagem. Já em relação as magias podem ser encontradas três tipos diferentes, todas elas relacionadas a ataque e é executada pela ave que acompanha Elden. Como já dito anteriormente, a ave apresenta um papel fundamental no jogo, pois também serve para indicar itens que podem se pegos, entre eles estão chaves, alimentos (aumentam a vida), elixires (stamina e mana) e bombas.
Sobre inimigos e movimentação
Em relação a quantidade de inimigos, o jogo apresenta uma quantidade formidável e que vai sendo incrementada de acordo com avanço nos mapas. Assim, em um primeiro momento temos inimigos mais comuns que estarão presentes em todas as áreas, sendo adicionados dragões especificamente no segundo e gigante de gelo no terceiro. Tal variedade não deixa o jogo enjoativo e indica que o jogador deve aprender um pouco mais sobre a movimentação dos novos oponentes para conseguir vencer os embates mais facilmente. Entretanto, o combate só se torna obrigatório com os chefes, pois pode-se passar correndo apenas buscando as chaves necessárias para abrir os caminhos. Essa estratégia não é das mais eficientes, pois será muito fácil encontrar-se encurralado e acabar morrendo.
Um ponto a se elogiar, e criticar, é a movimentação dos inimigos em relação a física e colisões. Inimigos altos não passam em todos os lugres de ambientes fechados, se movimentam de acordo com seu peso aparente, por exemplo, na batalha contra o primeiro chefe. Isso também é visto nos mobs mais comuns que em sua versão menos corpulenta apresenta maior velocidade. Durante a gameplay não foram flagrado inimigos, ou o protagonista, entrando em paredes. Porém, é comum os mobs e chefes colidirem com objetos e não desviar deles. Assim, a impressão que fica é que o inimigo traçou uma linha reta até seu alvo e caso ele trombe e nós não nos movermos, ele permanecerá tentando avançar contra o objeto. Isso possibilita que todos os mapas e chefes tenham pontos cegos para travar sua movimentação e atacar somente com magia.
Muitas referências
Durante a gameplay podemos perceber diferentes inspirações e referencias. As inspirações seriam de mecânicas dos jogos do gênero popularizado pela franquia souls, como o uso de stamina, o nível de desafio e npc’s. Já as referencias são voltadas para a literatura lovecraftiana, sendo apresentados inimigos comuns e chefes com claras características de criaturas descritas em seus contos, como é o caso de mobs próximos a descrição de Cthulhu e de criaturas marinhas. Além disso, toda parte sonora do jogo é trabalhada para remeter ao perigo, tensão e desconhecido, características muito utilizadas pelo autor em suas obras.
Veredito
Elden: Path of The Forgotten tem mecânicas que são aprendidas facilmente e pode ser terminado em menos de quatro horas. Em questão de extender o tempo de jogo, o fator replay se encontra em buscar e utilizar outras armas e até mesmo ir atrás das conquistas. Mesmo com característica de jogos da franquia souls, ele não é punitivo a ponto de fazer desistir de explorar os mapas ou tirar a vontade enfrentar os chefes. Um dos únicos pontos negativos são alguns aspectos da movimentação dos inimigos e a forma como a história é contada, porque seria mais aproveitada se os textos fossem legíveis, por mais que a forma utilizada seja uma escolha de estilo narrativo.
É um jogo divertido e que vale bastante a pena ser jogado. Seu estilo de gameplay é amigável com diversos públicos, é desafiados na medida certa e pode ser uma porta de entrada interessante para jogadores que gostariam de se aventurar em jogos do gênero. Graficamente apresenta uma bela pixel art e muitas referencias a literatura lovecraftiana.