Kimetsu no Yaiba – The Movie: Mugen Train estreou no Japão em outubro de 2020, chegando ao Brasil em maio de 2021. O longa adapta do capítulo 58 a 66, volumes 7 e 8 no Brasil, e apresenta uma continuidade direta ao que foi apresentado na primeira temporada do anime.
Na parte técnica, o filme foi feito pelo estúdio Aniplex, com direção e animação de Haruo Sotozaki e Akira Matsushima, respectivamente. O mangá é escrito e desenhado por Koyoharu Gotouge e foi finalizado no capítulo 251. No Brasil, o material está em publicação pela Panini Comics e se encontra no volume 18.
Vale ressaltar que o final de Mugem Train terá continuidade na segunda temporada do anime de forma sequencial. Desta forma, é necessário assistir aos episódios já disponíveis para entender o universo e o enredo por completo.
A distribuição do filme no Brasil e a dublagem
No Brasil o longa foi anunciado primeiramente pela Cinépolis, com estreia somente em suas salas em 13 de maio. Entretanto, devemos considerar que na época o país passa por uma pandemia de Covid-19 bastante severa. Assim, a empresa promoveu aglomerações, sendo essa escolha no mínimo irresponsável e inconsequente. Nós do Megascópio não apoiamos estas atitudes.
Agora, com a chegada do longa animada na Funimation, todos podem ter o acesso a animação de forma mais segura. O serviço de streaming trouxe a versão original e dublada, diga-se de passagem a dublagem em português está com uma ótima qualidade e as vozes combinando com os personagens.
Um show de adaptação
O enredo do filme aborda o grupo de caçadores de demônios formado por Tanjirou Kamado, Nezeku Kamado, Zenitsu Agatsuma e Inosuke Hashibira em uma missão de investigação em um trem. Ao chegarem eles se deparam com o Hashira do Fogo, Kyoujurou Rengoku, que também está lá para investigar o sumiço frequente de pessoas no transporte. Não demora muito e dois demônios os atacam, porém Rengoku é muito habilidoso e consegue lidar facilmente com ambos. A partir deste ponto é revelado o verdadeiro vilão da trama e quais são seus objetivos. Assim, mostrando que os problemas estão longe de acabar.
Se baseando diretamente nos mangás e dando continuidade ao último episódio da primeira temporada, o longa adapta bem os acontecimentos sem a necessidade de muitas inserções que não existem na obra original. A única ressalva neste aspecto de adição, foi a presença de um demônio a mais antes da revelação de quem é o verdadeiro vilão, dando a intenção que este inimigo foi usado para reforçar o poder de Rengoku e destacar ainda mais os motivos de ele ser um Hashira.
Um ponto omitido foi como o demônio Enmu conseguiu afetar todos que estavam no ambiente. No mangá é explicado de forma explícita que foi utilizado um jutsu de sangue demoníaco nos bilhetes, assim, ele consegui estender sua influencia. Já no filme, a explicação verbal é omitida e é dado destaque para a perfuração dos bilhetes com aproximação da câmera. Isso mostra que os papeis não eram somente meras passagens e deixa implícita a fala omitida.
Animações impressionantes, porém …
As animações estão muito boas e impressionam principalmente nas batalhas. Com movimentos fluidos e claros, é possível perceber desde os movimentos rápidos do Inosuke até os impressionantes golpes de chamas de Rengoku. Entretanto, em cenas com o crescimento corporal de Enmu o efeito utilizado para a animação acaba destoando do padrão utilizado e deixa um pouco a desejar.
Além do problema citado da animação da criação o corpo do vilão, algumas partes sofrem com problemas de descontinuidade. Isso se mostra nas cenas dentro do trem em que a alternância de personagens em pé e sentados são gritantes entre os cortes das falas dos protagonistas e demais acontecimentos.
Veredito
Kimetsu no Yaiba – The Movie: Mugen Train é bom filme, apresenta um enredo coerente com o que é mostrado no mangá, inclusive, mantendo a história morna que ocorre dentro do trem. Não há adição de cenas inéditas desnecessárias para ocupar mais tempo de tela e a trilha sonora é boa.
Em relação as animações, elas estão competentes e as batalhas estão fluidas, dando grande destaque para as respirações que é característica dos movimentos dos personagens. A batalha final pode ser destacada como o ápice do longa, mesmo com alguns problemas de continuidade e CGI durante a batalha contra Enmu.
A pergunta que fica é: vale a pena? Mesmo com alguns problemas, vale sim. Porém, é bom destacar que para o entendimento completo completo da história é necessário assistir o anime (ou ler o mangá) com os acontecimentos pregressos. O filme toma como certo a base do universo e não apresenta os conceitos básicos dos demônios (Onis), sua hierarquia, os caçadores e suas habilidades. Assim, para quem não conhece, é fácil se perder nos acontecimentos.
