Lançado no último dia 7 de julho pela Bandai Namco, Klonoa Phantasy Reverie Series traz de volta um dos mascotes mais interessantes dos jogos de plataforma dos anos 2000.
Phantasy Reverie é uma coletânea que conta com o remaster de dois jogos – Klonoa: Door to Phantomile, de Playstation 1; e Klonoa 2: Lunatea’s Veil, de Playstation 2. Os títulos acompanham Klonoa, um dos mascotes da antiga Namco, em aventuras de plataforma que mesclam cenários 2D e 3D com muita maestria.
Ambos os jogos, porém, ficaram perdidos no catálogo dos consoles da Sony: apesar do relativo sucesso entre os fãs, Klonoa se tornou mais uma franquia que não rendeu o suficiente para continuar existindo. Klonoa 2 chegou a ganhar um remake para Nintendo Wii em 2008 com novos gráficos, mas também não foi um grande sucesso de vendas.
Agora, 25 anos depois do lançamento do primeiro game, a franquia está de volta com gráficos refeitos para a nova geração e O Megascópio teve a oportunidade de conferir na íntegra a coletânea a convite da Bandai Namco.
A alta qualidade da franquia
Quando se fala de jogos de plataforma, poucas franquias atingiram um patamar de qualidade tão alto quanto Klonoa – suas fases bem detalhadas que transitam de forma magistral entre o 2D e o 3D, a variedade de mecânicas e o carisma do elenco principal e secundário são algumas das qualidades da franquia reconhecidas não só pelos fãs, mas também pelos críticos: Klonoa 2 (2001), por exemplo, tem nota 91 no agregador de críticas Metacritic, recebendo o selo Must Play do site.
Os jogos se apoiam na mecânica principal de usar os inimigos de Klonoa para a sua vantagem: com o anel que o personagem sempre carrega, ele é capaz de capturar criaturas e usá-las como projéteis ou como um pulo adicional para alcançar plataformas mais altas. Os combates mais elaborados acontecem contra os chefes das fases, onde se faz necessário usar os inimigos a disposição com um pouco mais de cuidado e precisão.
Sua dificuldade também é bastante balanceada, mas exige certa atenção dos jogadores: as primeiras fases cumprem bem o papel de tutorial, mas a curva de dificuldade aumenta relativamente rápido, especialmente para aqueles que desejam coletar todos os itens ou fazer speedruns das fases.
Apesar da aparência fofa de Klonoa, seus companheiros e até mesmo dos inimigos, o enredo dos jogos passa longe de ser bobo, e se permite ter um ar mais pesado do que o esperado. Mesmo assim, os enredos são os pontos mais fracos da franquia, cumprindo o papel básico de dar uma história para os títulos, mas sendo facilmente ignoráveis.
Sabendo da qualidade dos jogos originais, como a Bandai Namco se saiu em traduzir os games para os dias atuais?
O remaster que poderia ter sido melhor
Indo diretamente ao ponto, Phantasy Reverie Series poderia ter sido melhor: com a proposta de atualizar os gráficos e os controles dos jogos para os dias atuais, a Bandai Namco entregou um remaster minimamente aceitável, mas que não melhorou o visual dos jogos tanto assim – principalmente se você conhece as versões originais dos títulos. A sensação que fica é que Klonoa ficou no meio do caminho entre um jogo clássico e um jogo da geração atual.
As cutscenes dos jogos continuam sendo extremamente enfadonhas, levando mais tempo do que seria necessário para transmitir o que os jogos querem transmitir. As soluções apresentadas pela Bandai Namco de acelerar os diálogos ou de simplesmente pular tudo não resolveu o problema citado anteriormente da falta de relevância dos enredos.
A falta de cuidados com o remaster também se estendem a própria qualidade de vida da coletânea: sua apresentação é próxima a ser completamente nula, com menus extremamente simplistas e que não oferecem muitas opções de customização, se parecendo muito com coletâneas piratas feitas antigamente e que tinham menus que serviam só para escolher os jogos e nada mais.
Outra falha específica para os brasileiros está na falta de localização para português, que é no mínimo curiosa: existe a opção de colocar o menu de utilização de dados em PT-BR para entender o contrato em relação ao uso de informações da coletânea, mas o jogo em si não está disponível no nosso idioma.
Veredito
Mesmo com a falta de cuidado com o remaster, Klonoa continua sendo uma franquia extremamente divertida: suas fases simples mas que oferecem desafios variados e suas mecânicas se mantém excelente mesmo com o passar do tempo, sendo uma excelente pedida principalmente para pessoas mais novas conhecerem a franquia.
Os fãs mais antigos também gostarão da coletânea por trazer a franquia de volta aos holofotes, porém, os problemas de qualidade de vida dos remaster talvez sejam mais presentes se você já conhece os jogos originais, que não tem nada de novo a oferecer aos jogadores clássicos.
Klonoa Phantasy Reverie Series está disponível para Playstation 4 e 5, Xbox One e Series X, Nintendo Switch e PC via Steam.
*Material para review cedido por: Bandai Namco