Little Nightmares II | Crítica – Tudo é muito desproporcional. Você é ínfimo e a morte te espera a cada passo. Os pequenos pesadelos estão de volta!
Confesso que não cheguei a jogar o primeiro título da série, mas, ao jogar o Little Nightmares II, entendo o motivo dele ter sido tão falado e celebrado em seu primeiro título.
Ao começar nesta jornada, imediatamente me lembrei de Limbo, jogo com temática e estilo parecido, lançado em 2010. Se Little Nightmares bebeu desta fonte, os produtores beberam do lugar certo.
Desenvolvido pela Tarsier Studios e publicada pela Bandai Namco Entertainment, Little Nightmares II é um título de aventura/plataforma com quebra-cabeça lançado em 2021 para todas as atuais plataformas do mercado.
PSICODELIA
Continuação direta do primeiro jogo, desta vez controlamos Mono, que acompanhada da protagonista do primeiro jogo, Six, tentam sobreviver em um mundo estranho, que sofre com a transmissão de uma torre distante e misteriosa.
Os produtores souberam trabalhar em cada detalhe do jogo para te deixar tenso e de sobreaviso. A ambientação aqui é um ponto louvável. Tudo parece ter vida. A floresta parece ser densa, pesada. O pisar em um cascalho, pisar na madeira, no chão batido.
Foram várias as vezes em que me peguei indo mais devagar para não sofrer com algum eventual susto ou momento tenso. Em algumas oportunidades, quando interagimos com a televisão, temos um estilo psicodélico muito intrigante, que acaba prendendo sua atenção.
Tudo em Little Nightmares II tem um aspecto bizarro, da ambientação aos personagens inimigos. O que é ótimo, porque assim temos personagens originais em seus designs.
Tudo muito pesado e pequeno
Little Nightmares II tem uma jogabilidade precisa e uma resposta rápida aos botões acionados. E isso é essencial em um jogo de plataforma que exige tanta precisão e agilidade. A inteligência de Six não compromete a jogabilidade, tornando a protagonista do primeiro jogo indispensável para o seu progresso.
Outro ponto que é interessante de se notar são os chapéus. Durante a aventura, podemos coletar variados chapéus, dando uma renovada na aparência de Mono.
Mortes nesse jogo serão uma constante, mas não é algo irritante. Você vai morrer por desatenção sua? Vai. Acontece. Vai morrer por besteira, sendo que não conhecia a área ou não entendeu o puzzle? Vai. Acontece. Você vai aprendendo cada vez mais com seus erros. É uma curva de aprendizado bastante interessante.
O que mais me incomodou durante o jogo foi fato de que os loadings são por área. Ou seja, quando desligamos o console e não mudamos de área, o jogo vai carregar seu save do começo dela.
Se por ventura você se cansou de jogar e decidiu desistir perto do fim da área e não a concluiu, vai voltar lá no começo dela ~é desgastante~. Como já disse, as mortes durante o jogo são recorrentes e isso não é um problema, mas, pelo menos, durante o jogo, se morrer, você volta praticamente onde estava.
Outro ponto negativo é sua curta duração. Não precisa ser um jogo extenso, mas um pouco mais de aventura não faria mal a ninguém.
A Torre Negra
A trilha sonora é um ponto mais que positivo. Ela é essencial para te aprofundar na aventura, para te dar a noção de que você não é ninguém e qualquer coisa pode te matar, portanto, fundamental para construir esse processo de tensão a todo o instante. Ambientação e música criam um casamento perfeito.
É interessante notar em como o jogo lida com o fato de sermos incrivelmente minúsculos em relação ao cenário. Tudo tem um peso enorme nas mãos de Mono.
Quando temos que interagir com armas, Mono faz um esforço para movê-las. Um machado tem um peso incrível. Uma escopeta, então, é preciso que Mono e Six precisem se unir para manuseá-la. São detalhes que te fazem imergir naquele mundo de forma satisfatória.
Só quero sair daqui…
No fim das contas, Little Nightmares é uma pequena grande aventura que te prende do começo ao fim. O pacote inteiro é competente e o trabalho da Tarsier é digno de nota. Mesmo tendo uma curta duração, é um jogo que vale a pena ser conhecido e divulgado.
Cópia: Cedida pela Bandai Namco Entertainment