Lançado em 03 de dezembro de 2020, Morbid: The Seven Acolytes foi desenvolvido pelo Still Running e distribuído pela Merge Games, estando disponível para as plataformas PC (via Steam), Xbox One, PlayStation 4 e Nintendo Switch. O game se enquadra no gênero de Action RPG com visual isométrico e fortes influências de games souls-like, como podem ser vistos no gerenciamento de energia e batalhas contra oponentes. Além disso, o game apresenta uma mecânica consistente, variedade de equipamentos e, claro, uma história espalhada e curiosa que lembra elementos da literatura lovecraftiana. Agora, que tal abordar os elementos do jogo de forma mais profunda? E como são os inimigos? São variados? Confira nos tópicos abaixo.

Um mundo corrompido

Em um reino amaldiçoado, você controla uma personagem que é a última sobrevivente da ordem Striver of Dibrom. Sua missão é simples, eliminar os sete acólitos que dominam o reino para poder derrotar a entidade causadora de toda esta destruição. Em seu caminho o jogador se deparará com muitas criaturas tenebrosas e NPCs que te pedirão ajuda, seja para encontrar sobreviventes ou matar monstros específicos e trazer itens como prova. Ao juntar as informações da narrativa com o design dos monstros, também fica claro a inspiração na literatura lovecraftiana ao abordar a sanidade e a existência de seres misteriosos muito poderosos.

Toda a narrativa de Morbid: The Seven Acolytes é transmitida para o jogador de forma indireta ao encontramos documentos que trazem tópicos completos, por exemplo sobre a própria ordem Striver of Dibrom,  e ficam disponíveis para a leitura nos checkpoints. Assim, se assemelhando com a franquia souls ao ponto de não entregar o enredo através de cutscenes, porém estruturada de forma menos fragmentada do que sua inspiração. Ao dialogar com NPCs, além de obtermos as missões secundárias, descobrimos mais elementos e acontecimentos do universo o game que permite criar ligações com o que é descoberto nos documentos.  

A sequência de mapas que atravessamos são bem planejadas e ajuda no contexto narrativo, pois nos são apresentados acontecimentos que auxiliam no entendimento do que aconteceu naquele mundo. Mesmo podendo navegar livremente pelos mapas após descoberto os pontos de viagem, a progressão ocorre de forma linear e cria um sentindo de causa e consequência. Vemos um exemplo disso quando chegamos à Village of Aer’Abuh, que funciona inicialmente para mostrar a dimensão dos “sussurros” dos Gahars que tentaram os sete acólitos e os levaram a sua forma bestial.

 

Principais mecânicas

Suas mecânicas, assim como a forma de contar história, também são inspiradas no gênero souls-like, porém com maior destaque para a velocidade de esquiva como defesa do que itens que absorvem danos, como escudos, e se assemelhando bastante a Bloodborne em relação a sua mecânica e estética. Então, basicamente temos as movimentações básicas de ataque fraco e forte, rolar, correr e uma defesa pontual para abrir uma janela de ataque no inimigo. Toda esquiva e formas de ataque consome energia, então é bom ficar atento a cada ação.

Como adição, o game traz a barra de sanidade que deve ser gerenciada assim como a de energia. Sua diminuição implica em danos a personagem e ela pode ser regenerada com a utilização de itens para tal finalidade. Da forma contraria, podemos usar itens que aumentam temporariamente nossa força em troca do consumo da sanidade.

A  grande variedade de itens, seja em armas ou consumíveis, também é um ponto forte game. Por padrão podemos equipar uma arma de mão e uma arma de fogo, estando disponíveis duas configurações que podem ser alternadas rapidamente ao abrir o menu do personagem. Basicamente, a escolha de suas armas definirá seu estilo de jogo, pois o game não possui classe ou magias. Em relação aos consumíveis podemos definir quatro deles para serem utilizados a partir dos direcionais.

Variedades de inimigos e upgrades

Os inimigos que enfrentamos são bastante variados e possuem uma hierarquia bem definida. Além dos mobs comuns, são definidas outras categorias que indicam a dificuldade do oponente. Assim, quanto maior a categoria, mais difícil será o confronto, estando no topo da hierarquia subchefes e os sete acólitos. Cada um dos oponentes possui um ou dois ataques com padrões bem claros e previsíveis, sendo o maior dos problemas enfrentarmos mais de um inimigo ao mesmo tempo. O desafio individual é mais característico dos chefes e subchefes que apresentam maior variedade de ataque e são bastante desafiadores.

Ao derrotarmos os monstros subimos de nível e são ganhos pontos para serem gastos na melhoria do personagem, porém a melhoria ocorre com o aumento da habilidade das bênçãos. As bênçãos são representadas por runas encontradas pelos mapas, cada uma delas trazem melhorias diferentes, por exemplo, aumentar barra de vida, de energia, entre outros. Inicialmente é possível equipar duas delas, porém é possível aumentar o número de slots. O desempenho de uma runa específica pode ser melhorado com os pontos ganhas em combate.

Veredito

Morbid: The Seven Acolytes é desafiador, divertido e apresenta uma história interessante que é contada de forma bastante acessível. Suas mecânicas funcionam bem e durante a gameplay não foram encontrados bugs visuais ou de movimentação, que podem ser comuns em jogos do gênero. O design dos inimigos, NPCs e ambientes são bem feitos e conseguem transmitir a essência  da história: decadência, corrupção e medo. Sem dúvida, é game que vale muito a pena ser jogado.

NOTA: 4.25/5

Cedido por: Merge Games