Após complicar bastante a vida da série principal de TV, World Heroes’ Mission, o terceiro longa de My Hero Academia, tem a missão de entregar tudo e mais um pouco do que faltou na 5ª temporada da série principal. Com um roteiro extremamente simples e banal, o filme tenta se segurar com cenas de ação muito excitantes, porém, acaba pecando em todo o resto.

Roteiro direto, mas completamente banal

Com a premissa de colocar nossos heróis em vários locais do mundo, World Heroes’ Mission cumpre muito bem o seu papel como um filme para fãs, mas infelizmente acaba caindo na mesmice. O filme não é nem um pouco ousado, ele acaba se contendo em muitos momentos, e claro, ele não consegue fugir dos clichês criados pela própria indústria.

My Hero Academia sempre foi uma obra onde o clichê era o seu maior charme, visto que com o clichê, ela conseguia sempre bolar muitos recursos criativos de roteiro. Porém, neste terceiro filme, a obra acaba perdendo completamente a mão e vive de soluções de roteiro extremamente banais e previsíveis.

No seu segundo longa, My Hero Academia: Heroes:Rising, a criatividade para criar uma história paralela ao mangá estava completamente presente. Por mais questionável que ela fosse, não podemos negar que foi de extrema ousadia dos roteiristas. Já agora, no terceiro filme, vemos mais do mesmo, sem muitas firulas.

Personagens

Com a adição de alguns coadjuvantes nem tão bons assim, o filme tem foco nos 3 heróis principais da UA: Midoriya, Bakugou e Todoroki. Felizmente os 3 são muito bem explorados no filme, tendo bastante tempo de tela e mostrando muito bem a evolução das individualidades de cada um.

Já as qualidades do nosso vilão, são praticamente nulas. My Hero Academia: World Heroes’ Mission nos mostra um antagonista completamente sem alma, onde a originalidade passa completamente longe. Suas motivações são extremamente fracas e não sustentam o personagem.

Produção & Direção

Visto que um dos principais arcos do mangá teve a sua adaptação ”nerfada” por conta do filme, o mínimo que poderíamos esperar era uma bela produção por parte da Bones, e sim, eles entregaram. O longa vem com aquela energia das primeiras temporadas do anime, onde tínhamos cenas de ação extremamente bem feitas e bem dirigidas. Nagasaki Kenji, diretor da série, manteve muitas de suas características principais no filme, trazendo muitos sakugas de tirar o fôlego.

Todas as cenas de ação do filme são muito bem feitas e bem dirigidas, porém, um ponto onde a direção da obra nunca errou, mas acabou errando nesse filme, foi na trilha sonora. My Hero Academia sempre foi muito prestigiado por conta de sua trilha sonora marcante, mas nesse filme, ela não é nem um pouco memorável. A trilha acaba não passando metade da emoção que o filme de fato queria passar.

Veredito

My Hero Academia: World Heroes’ Mission acaba sendo excelente em produção e animação, mas peca em coisas bobas, como por exemplo a trilha sonora, que a direção não soube executar bem dessa vez. O filme possui um roteiro direto e extremamente banal, sem muitas firulas, originalidades ou algo de extrema relevância para ser citado. Os personagens também não ajudam o roteiro, vemos um vilão com motivações fracas e coadjuvantes completamente esquecíveis.

Como um produto para fãs da obra, esse filme pode servir apenas como mais uma história dos heróis, para aqueles que sentem falta da série. Porém lembrando, ele segue sendo fraco, até mesmo pra quem já gosta da série. Já para aqueles que não são tão fãs da série, esse filme infelizmente não vai ser uma das melhores experiências.

*Cabine de imprensa virtual da Funimation*

REVER GERAL
Roteiro
Animação
Trilha sonora
Produção e direção
Direção de arte
Luis Nascente
Apresentador do canal Lulu Checkpoint e do podcast Café com Nerdice, formado em marketing, fanboy da Square e nerdão dos animu!
my-hero-academia-world-heroes-mission-criticaSendo um dos momentos menos ousados da série, My Hero Academia: World Heroes' Mission acaba pecando em pontos que sempre acertou, como por exemplo, a trilha sonora. Com um roteiro simples e um vilão com motivações completamente banais, o longa se segura apenas em sua ótima direção nas cenas de ação.