Jogos não são só jogos. Eles podem transmitir mensagens e nos permitir viver (ou reviver) experiências marcantes em nossas vidas. Este é justamente o caso de No Longer Home, desenvolvido pela Humble Grove e distribuído pela Fellow Traveller, que foi lançado em 20 de julho para PC (via Steam)

Uma história sobe mudanças e perspectivas

No enredo acompanhamos o final de um ciclo de vida de Bo e Ao. Os protagonistas chegaram ao fim da graduação e devem deixar o apartamento no sul de Londres no qual viveram juntos por um ano. Ao precisa voltar para o Japão pelo termino de seu visto enquanto Bo permanecerá em Londres em meio a incertezas e questões pessoais. Ambos enfrentam o caminho de um futuro incerto com as desilusões pós-universidade e o desamparo de um governo que rejeita pessoas de fora.

Bo e Ao são representados de forma não-binária o que torna suas narrativas de fácil identificação e dá destaque ao lado humano representado. Bons momentos com amigos, um dia divertido (ou difícil) ou eventos mais simplórios podem nos marcar e transformar um cômodo ou um gesto em uma pintura que sempre será lembrada por mais que mudanças ocorram. Estes acontecimento e outros desafios são retratados durante o jogo com precisão.   

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Sobre histórias e memórias

Todo o jogo é focada na narrativa. Desta forma, as mecânicas básicas consistem em andar para explorar o apartamento, ler e escolher os diálogos. Não so as personagens protagonistas são carismáticos, seus amigos (as) apresentados em alguns trechos também apresentam profundidade e diálogos interessantes ao mostrarem seus diferentes pontos de vista e perspectivas de vida.

Em relação a seu visual, o game é minimalista ao não detalhar muito os personagens e apresenta um design bem feito. A utilização de uma palheta de cores variada para o apartamento e a representação do entorno como um universo cheio de estrelas mostra a importância do local para Bo e Ao, sendo um referencial de segurança. Este ponto é reforçado com a transformação gradual das ruas da cidade em uma floresta escura e desconhecida em um determinado ponto da história.      

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Outro destaque vai para a trilha sonora que dita o tom das interações das personagens. Pelos diálogos não apresentarem dublagens, a música ambiente e efeitos sonoros indicam o humor dos envolvidos nos eventos. Algumas passagens bem representativas ocorrem em recordações que mostram momentos felizes com amigos, contrastando com o cômodo já vazio para mudança. Também se destaca o encontro e conversa de Ao com seu “demônio” interno, revelando como a personagem tenta lidar com toda situação. 

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Veredito

No Longer Home é um jogo reflexivo, intenso e marcante com toda sua simplicidade. Sua história é muito boa e de fácil identificação ao levantar pontos relevantes para discussões e questionamentos em âmbito pessoal e social. Os poucos detalhes dos personagens colaboram muito para a imersão e proposito do jogo. A trilha sonora e efeitos dos ambientes são muito caprichados e conseguem transmitir as sensações e intenções que cada acontecimento deve ter. 

Chave para PC (via Steam) cedida pela Fellow Traveller

REVER GERAL
Enredo
Arte
Personagens
Efeitos sonoros
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e jornalista.
no-longer-home-e-nao-binario-sensivel-e-reflexivo-criticaO game é reflexivo, intenso e marcante com toda sua simplicidade. Sua história é muito boa e de fácil identificação ao levantar pontos relevantes para discussões em âmbito pessoal e social.