Pantera Negra: Wakanda Forever é uma verdadeira carta de amor ao falecido ator Chadwick Boseman. Com quase três horas de filme, o longa dirigido por Ryan Coogler homenageia o antigo dono do traje “Pantera Negra” de forma respeitosa e com uma cerimônia digna de um rei.
Homenagem para o Rei T’Challa
Logo em seus minutos iniciais os espectadores podem conferir uma homenagem com cerca de dez minutos ao ator, que no filme falece por causa de uma circunstância abrupta e nem mesmo sua irmã Shuri consegue o salvar.
Apesar de ser um longa que traz consigo fortes referências e enaltecimento a cultura africana com uma fotografia de tirar o fôlego, infelizmente se perde com cenas totalmente desnecessárias para o enredo que estendem o filme de uma forma negativa. Vale ressaltar que o roteiro conseguiu achar saídas bem pertinentes e concretas para justificar o renascimento de um novo Pantera Negra.
O longa se passa um ano após a morte do rei T’Challa onde os líderes do reino de Wakanda lutam para proteger sua nação das forças invasoras após a morte do rei, e uma nova ameaça emerge da nação submarina oculta de Talokan.
Origem repaginada
Um tópico mantido no filme é o inicio de um relacionamento longo e disfuncional dos quadrinhos sobre a rivalidade entre Namor e Pantera Negra. O filme explica o motivo pela qual Namor vê T’Challa (agora Shuri) como uma das poucas pessoas em todo o mundo dignas de seu respeito.
A trama de Namor foi reimaginada para ser um reino com referências mesoamericano/sul-americano. O longa aproveita para ir mais afundo e explicar a origem do povo de Talokan e a influência negativa que os conquistadores espanhóis e outros colonizadores acarretaram.
Pantera Negra: Wakanda Forever tem um enredo pautado em críticas sociais, onde vemos o resto do mundo interessado em botar as mãos no Vibranium o que ocasiona a ira do povo de Talokan, governado por Namor. Shuri se volta para sua tecnologia como uma forma de lamentar T’Challa enquanto Ramonda tenta equilibrar a liderança de seu povo, sendo uma mãe para Shuri e mantendo as ameaças a Wakanda “à distância”.
Imperius Rex!
Assim como outros filmes da Marvel, há referências que apenas os conhecedores de quadrinhos vão entender e uma delas é quando Namor diz “Imperius Rex”, onde claramente apenas as pessoas que leram ficaram empolgadas com a fala do personagem.
Esse é um filme Marvel que não exige que os espectadores acompanhem os demais conteúdos que andam sendo lançados na plataforma Disney+, porém por conta disso o filme se estende além da conta.
Ryan Coogler fez um bom trabalho explicando a origem de Namor, vivido por Tenoch Huerta, mas se alongou demais com cenas que não enriquecem a trama o que transformou um terço do filme em um material visualmente descartável e sem impacto.
E por falar em sem impacto, Letitia Wright infelizmente não brilha como deveria na pele da nova Pantera Negra, não por conta de sua atuação – que foi aceitável – e sim por estar cercada de atores com atuações assombrosamente esplêndidas. Lupita na pele de Nakia, Winston Duke como M’Baku e Danai Gurira como Okoye são algumas das figuras resposáveis pelo brilho do roteiro.
Dominique Thorne é a atriz responsável por roubar o destaque de Letitia Wright. O diretor Ryan Coogler observou que Williams é um contraste para Shuri, acrescentando que “há um fio de semelhança” entre as duas e esse fator foi a causa Dominique ter tido mais notoriedade. Esbanjando carisma até mesmo em um traje horrendo, Dominique Thorne se mostrou capaz de assumir o buraco deixado pelo Tony Stark de Robert Downey Jr.
Vale a pena?
Com uma trilha sonora excelente e um CGI um tanto quanto duvidoso em algumas cenas, Pantera Negra: Wakanda Forever honra o legado de Chadwick Boseman com uma trama não muito ousada, porém direta e completa.
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