Desenvolvido e publicado pela Thunder Lotus Games, 33 Immortals deve sua versão preview lançada para PC (via Steam e Epic Game Store) e Xbox Series X|S, já sendo adicionado ao catálogo do Game Pass Ultimate em 18 de março. Sua proposta é totalmente focado no multijogador com gameplay roguelike cuja temática base é a Divina Comédia, escrita por Dante Alighieri em 1321.
Visual e referências
Seu visual é bastante simplista e traz uma câmera superior com possibilidade de aproximação para embates com inimigos maiores, como ocorre contra o chefe do primeiro nível. Nosso protagonistas é uma alma que assume uma forma corpórea para se rebelar contra o inferno, passando também pelo Purgatório e Paraíso como sua referência base. As referências também estão nos NPCs presentes, contando com a presença do próprio Dante e Beatrice.
Por ser uma versão preview, estão disponíveis apenas 2 estágios: o Inferno e o Paraíso. Ambos com ambientações bastante distintas e inimigos característicos. Outra diferença entre as regiões está no número de jogadores, pois o Inferno aceita 33 players, enquanto que o Purgatório 22. Seguindo essa tendência, Paraíso (nível ainda não disponível) deve aceitar por volta de 11 jogadores.

Gameplay
Como é esperado de um roguelike, o jogo segue o passo a passo básico do gênero: entramos na aventura, exploramos a masmorra e caso nosso personagem morra, somos levados de volta a um lobby. Neste lobby podemos ver missões pendentes e realizar upgrades básicos no personagem que trazem melhoria, mas não o suficiente para deixar a aventura um passeio no parque.
Um ponto muito importante que é realizado antes da entrada da masmorra é a escolha da classe. Ao todo temos quatro classes disponíveis: arqueiro, cavaleiro, ladino e mago. Cada uma delas apresenta gameplay bastante específica e utilização que é pensada para ser utilizada em combinação com os demais jogadores, sendo elas equilibradas de forma geral.

A combinação de habilidades é levada tão a sério que o ataque mais forte de cada classe só pode ser realizado em conjunto. Por exemplo, o arqueiro cria três espaços no chão que devem ser ocupados por outros jogadores para ser ativado. Quando satisfeita a condição uma saraivada de flechas é disparada, causando grande quantidade de dano. Já no caso do cavaleiro, quando preenchido, os personagens que ativaram o poder ganham escudo.
Desta forma, é bem interessante como cada classe foi planejada para atuar em conjunto e compensar os pontos fracos de cada uma das outras. Sem dúvida, é um dos pontos mais interessantes, justamente pelas missões e a diferenciação entre as classes estimular o jogador a querer experimentar outras habilidades e mecânicas.

O Boss é limitado?
As referências estão bem utilizadas e trazem uma temática clássica, sem falar em seu gameplay empolgante. Entretanto, em algum ponto isso pode afetar os ciclos de jogo? Isso porque, por ser um roguelike, é esperado que ele apresente novos elementos a cada tentativa, o que não ocorre com o Boss final.
Entrando em mais detalhes, ao avançar na fase iremos ascender e ser levado para uma arena gigantesca de batalha. Tendo Lúcifer como inimigo, os jogadores sobreviventes irão ter uma batalha intensa e desafiadora para acabar com todas suas barras de vida.
O ponto é justamente essa repetição. Durante a dungeon os inimigos são variados e bem distribuídos, mas a repetição do Boss pode afetar a percepção dos jogadores em relação ao ciclo de gameplay. Sim, eu sei que isso se apega ao material base, porém liberdades criativas (com inimigos também presentes na história) neste aspecto poderia apresentar desafios diferentes, maior qualidade de vida ao jogo sem perder suas referências.

Impressões
33 Immortals mostrou-se um jogo com bastante potencial. Sua versão preview tem uma quantidade boa de conteúdo, sendo o Inferno e o Purgatório bastante diferentes em sua ambientação e inimigos. As classes de personagens também são variadas e se justificam ao focar na variedade de tipos de gameplay, não somente na mudança de arma.
Seu foco totalmente cooperativo é um grande chamariz, entretanto seu loop de gameplay pode ser afetado pela variedade de chefes presentes no game. Por exemplo, ao final do Inferno enfrentamos Lúcifer – tal qual na sua inspiração – em uma batalha extremamente desafiadora. Neste ponto, prender-se ao material base pode afetar o loop de gameplay, uma vez que o jogador saberá qual o desafio. Mais variedade de chefes no final da fase seria uma adição que prolonga a qualidade de vida do jogo.
Dito isso, 33 Immortals é um jogo bastante divertido e vale muito a pena ser jogado. Agora, basta vermos como ficará a versão final para vermos um panorama geral em relação a conteúdos e loop de gameplay pretendido.