Remnant 2 foi lançado em 25 de julho para as plataformas PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC (via Steam). O game desenvolvido pela Gunfire Games e publicado pela Gearbox não é o segundo da franquia como o título indica, mas sim o terceiro. Se junta ao universo apresentado pela desenvolvedora o título Chronos: Before de Ashes. Voltando ao lançamento, o game mantém características marcantes do primeiro Ramnent e evolui a sua gameplay e construção de mundo.
Mencionar os jogos anteriores é importante porque Remnant 2 dá continuidade ao que foi apresentado anteriormente de forma direta. Assim, é interessante contextualizar os acontecimentos para explorar mais a história que se passa em um universo em que foi descoberto um cristal que abre portais para outros mundos. A partir dos acontecimentos de Chronos: Before The Ashes os mundos começaram a ser invadidos e dominados pela Raiz, um ser que corrompe e controla os lugares que invade.
O título recém lançado se inicia após o domínio da raiz, com os remanescentes sobrevivendo em acampamentos. Logo no início o personagem Forge, um lendário explorador, reativa um dos cristais e outra importante personagem é levada para um dos mundos. Agora, cabe ao protagonista realizar o resgate e enfrentar a raiz.
A história base serve muito mais como um plano de fundo para explorarmos os mundos. Mas engana-se quem achar que não há mais profundidade, pois mais detalhes das localizações e de diversos personagens podem ser encontrados nas descrições de itens e anotações. Desta forma, a narrativa é interessante e serve bem a jogadores que buscam mais da lore e também aqueles que querem somente se reunir com os amigos, atirar em monstros e construir seus personagens.
Gameplay
Um dos elementos mais marcantes da franquia Remnant é sua gameplay baseada em armas de fogo, no novo game não é diferente. As batalhas funcionam bem, são dinâmicas e apresentam uma variedade grande de armas que podem ser encontradas e fabricadas. Outro ponto que é bem marcante é a classe do personagem e a possibilidade de mesclá-las, assim, possibilitando a personalização de builds com a combinação de ataques das classes escolhidas. Caso você canse de sua classe não se preocupe, obtendo as insígnias das demais podemos alterá-la em qualquer momento do game.
As melhorias influenciam significativamente no impacto das armas nos primeiros níveis, porém depois perde a força com o avançar do jogo e passa a dar mais valor para habilidade do jogador, equipamentos utilizados e ajustes finos do personagens. Estes ajustes estão relacionados com a distribuição dos pontos de habilidades que permitem o aumento de características como maior quantidade de vida, aumento de chance de dano crítico, regeneração de vida com dano causado, entre outros.
De forma geral, o game não apresenta bugs e sua execução no Xbox Series S teve um desempenho estável e fluido. Entretanto, um dos únicos problemas encontrados está relacionado a hitbox de inimigos e a não definição de movimentos. Em confrontos com inimigos maiores o alcance de seus ataques aparentam extrapolar o alcance, o que pode trazer problemas para a realização da esquiva de forma mais precisa.
Mapas e mundos
A exploração dos mapas varia em duas partes: mundos e localidades bastante setorizadas. Cada mundo é muito bem representado e se mostrando diferentes entre si pelo seu ecossistema e criaturas presentes. As localidades variam de mapas médios a grandes e apresentam muitos segredos para serem descobertos, o que incentiva o jogador a vasculhar cada vão e item que seja possível interagir. A variedade do mapa também reflete nos inimigos, que se encontram em quantidades satisfatórias e padrões de ataque que na maioria das vezes são identificáveis.
Os mundos acessíveis são sempre os mesmos, porém as localidades em cada um deles e qual é o ponto de início dos jogadores podem variar. Isso acontece porque estes pontos são gerados proceduralmente, assim, fazendo com que cada jogador tenha uma experiência mais personalizada com mudança no spam de inimigos e localização de itens. Tais alterações incentivam o fator multijogador e colaborativo, que pode ser ativado no cristal chamando amigos para seu mundo ou entrando em campanhas de outros jogadores de forma bastante consistente e estável.
Um tópico que é válido abordar é a dificuldade que tem seu design focado para mais de um jogador. É sim possível avançar sozinho, porém se torna mais interessante e divertido jogar com um amigo ou mesmo em deixar a campanha como pública.
Veredito
Remnant 2 é claramente uma boa evolução na franquia ao apresentar um belo visual, narrativa funcional, que dá continuidade ao que é visto nos jogos anteriores, e gameplay divertida e apurada. Tanto o uso de armas de fogo quanto as corpo-a-corpo são interessantes, mas com destaque para a proposta principal do game com seus tiroteios que exigem agilidade e pode ser otimizada com a aplicação de modificações nas armas. As classes estão variadas e dão uma grande liberdade ao jogador ao permitir a troca e mistura ao atingir determinados patamares de pontuação.
Um dos únicos pontos incômodos do gameplay é o hitbox de alguns chefes que se mostram maior do que um limite visível e dificulta o entendimento da batalha. O level design conseguem transmitir a ideia única de cada mundo e a geração procedural torna a experiência mais intrigante ao despertar a curiosidade do jogador se unir a outros players para visitar locais diferentes e buscar novos loots. O game é um bom título para os fãs de games soulslike e vale a pena ser conferido por aqueles que têm curiosidade e gostariam de experimentar jogos do gênero. Seus mapas procedurais aumentam a qualidade de vida do game e incentivam a rejogabilidade após o final da campanha.
