O longa que encerra a nova trilogia da aclamada saga Star Wars já se encontrava com dificuldades e coube a J.J Abrams com seu retorno, tentar salvar os erros que o seu antecessor cometeu. Com os “furos” deixados por Rian Johnson, Abrams teve a difícil missão de pavimentar essa rua que já estava para lá de furada em 141 minutos. O nono filme da franquia apresentou logo de cara sua aflição em demonstrar os eventos a fim de corrigir tais erros cometidos em Os Últimos Jedi.
Nessa trama que não é excepcional, porém satisfatória, o Líder Supremo Kylo Ren obtém um dispositivo Sith Wayfinder e viaja para o planeta Exogol a fim de destruir o Imperador Palpatine, que retornou. Entre as poucas coisas reveladas sobre Palpatine nesse novo longa, o mesmo revela que Snoke era uma espécie de fantoche para controlar toda a Primeira Ordem e que Kylo tinha que encontrar Rey, que continua seu treinamento Jedi com a General Leia.
Como dito anteriormente, J.J não se aventurou muito em novas histórias, seu principal suporte e pilar foi apelar para a nostalgia, inserindo personagens já conhecidos e impactantes para o público a fim de tentar “tampar” cenas monótonas e criar empatia com espectador. Se você é um dos fãs que espera descobrir como Palpatine orquestrou todo seu plano, esqueça, isso não foi explorado em nenhum momento. Se nem mesmo Luke com toda sua força descobriu evidências de Palpatine ao longo desses anos, imagine nós, meros mortais.
Apesar de o roteiro ter se apoiado na nostalgia para se tornar mais atrativo, tornando tudo ainda previsível, o bom e velho Star Wars ainda conta com uma excepcional e impactante trilha sonora que embalou lindos momentos, com uma fotografia para lá de surpreendente. Se tem algo que não se pode botar defeito nesse longa é o CGI, a todo momento o espectador se encontra admirado com as naves e é claro, os famigerados embates com sabre de luz.
A trama basicamente se resume a Poe, Finn, Chewbacca e Rey -que está vivendo um conflito interno, tentando se descobrir e negando sua origem- percorrendo a galáxia esbarrando com diversos velhos conhecidos –alguns novos para o enredo, porém velhos para os personagens-
C-3PO mais uma vez foi o responsável por momentos cômicos e sentimentais enquanto estava na presença do grupo. Em uma tentativa de deixar a trama mais tensa, foram inseridos os chamados Cavaleiros de Ren, que eram conhecidos como mortais e altamente treinados, uma pena que o roteiro tenha esquecido a real proposta deles. Ao final do longa os Cavaleiros de Ren mais se assimilavam com uma BoyBand sem rumo, do que uma grande ameaça para os nossos protagonistas.
J.J concebeu momentos emblemáticos e histórias –potencialmente exploráveis- aos fãs da saga, seja com uma chuva de nostalgia com direito a novas aparições de Han Solo, Luke e a X-Wing ou cenas de batalhas com frases de efeitos.
O nono filme da saga teve uma difícil missão em 141 minutos de amarrar pontas que ficaram soltas por seu antecessor e ainda dar várias novas projeções que acabaram se acumulando um sobre a outra. Por este fato algumas motivações ficaram artificiais e pouco exploradas.
A Ascensão Skywalker cria um ponto de partida para um horizonte cheio de possibilidades, com um roteiro que não se arrisca. O nono longa da franquia cumpriu de forma satisfatória sua missão de acabar com os erros de seu antecessor.
NOTA: 3,4 / 5