Junho de 2022 marca a volta de Tarzan ao Brasil, clássico da literatura tanto nos romances escritos por Edgar Rice Burroughs quanto nas HQs desenhadas por Joe Kubert e por Russ Manning.
A Editora Devir traz de volta várias das mais icônicas histórias do Rei da Selva em duas coletâneas: a reimpressão Tarzan – A Volta do Rei das Selvas e outras histórias, e a novidade Tarzan – A Era de Russ Manning.
Ao contrário do personagem que conhecemos nas adaptações da Disney, o Tarzan original escrito por Burroughs aborda diversos temas maduros como escravidão e o preço da liberdade, relação entre colonizadores e colonizados, e mais. As adaptações em HQ do personagem honram esse legado e fazem uso de muita ação e violência para transmitir seus valores.
A pedido da Editora Devir, conferimos com antecedência o conteúdo de ambas as coletâneas – confira a crítica d’O Megascópio a seguir.
Tarzan – A Volta do Rei das Selvas e outras histórias
O primeiro volume, Tarzan – A Volta do Rei das Selvas e outras histórias, reúne algumas das histórias do personagem publicadas entre 1972 e 1973. As HQs foram escritas, desenhadas e editadas por Joe Kubert, artista conhecido pela sua habilidade de criar sequências de ação incríveis e cheias de dinamismo.
O talento de Kubert destaca o aspecto mais visceral das histórias de Tarzan: mesmo que o protagonista seja tratado como uma espécie de salvador, problemas como escravidão e as consequências do colonialismo estão sempre presentes ao seu redor, sendo visível em seu semblante como essas questões o afetam.
Mesmo assim, a abordagem de temas importantes não necessariamente torna o protagonista interessante: ao ser tratado como um tipo de Superman (um forasteiro que vive para proteger o local que o acolheu), Tarzan perde um pouco da profundidade que o tornaria um personagem menos plano. Apesar dos temas citados antes serem central para suas histórias, eles acabam se perdendo no meio dos devaneios de Tarzan.
Apesar de não ser tão profundo quanto poderia, Tarzan – A Volta do Rei das Selvas ainda assim é uma história que vale a pena ser lida: esse volume, em particular, conta com uma restauração das cores originais feita por Tatjana Wood, tornando os traços de Kubert ainda mais sensacionais. O volume traz histórias clássicas como Laços de Sangue, Os Renegados e O Troféu, imperdível para fãs.
Tarzan – A Era de Russ Manning
A Era de Russ Manning traz sete adaptações dos livros clássicos de Burroughs roteirizadas por Gaylord DuBois e ilustradas por Russ Manning, lenda dos quadrinhos. As histórias presentes no volume foram originalmente publicadas nos anos 1960 pela editora Gold Key.
O material foi remasterizado, porém não perdeu o nível de qualidade altíssimo de Manning, com ilustrações limpas e diretas: diferente das histórias de Kubert, aqui temos um Tarzan mais “cinematográfico”, de certa forma, com menos linhas de dinamismo e maior clareza nos personagens e cenários.
A adaptações presentes no volume abordam a origem do personagem e suas primeiras aventuras (com alguns elementos que, inclusive, podem ser familiares para quem só conhece Tarzan pela Disney), com histórias mais focadas em trabalhar o que está acontecendo no momento ao invés de encaixar Tarzan em temas mais complexos.
O volume reúne as edições #155-161, #163, #164, #166 e #167, incluindo clássicos como Tarzan dos Macacos, A Volta de Tarzan, As Feras de Tarzan, O Filho de Tarzan, e mais. Para quem deseja conhecer mais sobre as origens do personagem ou para os fãs mais assíduos, A Era de Russ Manning é uma grande pedida.
Tarzan – A Volta do Rei das Selvas e outras histórias e Tarzan – A Era de Russ Manning estão em pré-venda nos varejos brasileiros.
Material para review cedido por: Editora Devir
