Lançado no último dia 17 de fevereiro pela Square Enix, Voice of Cards: The Forsaken Maiden é o segundo título da série de RPG inteiramente apresentado por cartas.
The Forsaken Maiden tem os retornos de Maasa Mimura como diretora e Yuki Wada como roteirista de cenários e, assim como seu predecessor, foi desenvolvido pela mesma equipe responsável pelos jogos das séries NieR e Drakengard, contando com Yoko Taro na função de diretor criativo, Yosuke Saito como produtor executivo, Keiichi Okabe como diretor de trilha sonora e Kimihiko Fujisaka como designer de personagens.
Nós, do Megascópio, tivemos a oportunidade de conferir o game na íntegra a convite da Square Enix e agora traremos para vocês essa review que não terá nenhum tipo de spoiler da trama.
Confira também nossa crítica de Voice of Cards: The Isle Dragon Roars
Premissa e atmosfera
Voice of Cards: The Forsaken Maiden se passa em um grupo de ilhas remotas que, desde os tempos imemoriais, são protegidas pelas chamadas Maiden (donzelas). A representação do jogador dentro do game – a quem chamaremos pelo nome padrão Barren – vem da ilha Omega, que não tem sua própria Maiden e, por isso, está condenada à destruição.
Barren um dia conhece uma garota chamada Laty, que não consegue falar e demonstra grande medo em entrar no vilarejo da ilhota. Ainda no início do jogo, descobrimos que Laty um dia foi cotada para ser a nova Maiden da ilha, mas que falhou no processo. A dupla irá enfrentar o mar aberto para descobrir uma forma de salvar seu lar e os moradores.
The Forsaken Maiden coloca os personagens em uma jornada de redenção e autoconhecimento que, apesar de ser rodeada de acontecimentos tristes (cujo quais não abordaremos aqui), essencialmente é construída de sentimentos felizes – diferente de The Isle Dragon Roars, onde cada final possível tem uma pitada agridoce considerável.
Combate e dificuldade
Para aqueles que não estão familiarizados com o conceito da série Voice of Cards, aqui vai um pequeno resumo: ela engloba jogos de RPG de turnos normais, com mapa para exploração, dungeons, side quests, encontros aleatórios de inimigos e tudo mais – porém, tudo (personagens, cenários, ataques, habilidades, equipamentos) é apresentado via cartas em um formato de RPG de mesa, inclusive com direito a narração tal qual um mestre de sessões de RPG.
Por funcionar como um RPG de mesa e ser um cardgame, o jogo não foca em questão de controles diferentes: por exemplo, a versão de PC usada para essa review é completamente funcional usando apenas o mouse para realizar todas as ações.
O combate por turnos continuam com o sistema de gemas implementado no primeiro título, funcionando como uma espécie de sistema ATB e permitindo que o jogador realize diversos tipos de ataques especiais que variam de ataques físicos mais poderosos, magias elementais, alteração de status e mais.
A grande diferença entre os dois títulos da série em termos de combate está em sua dificuldade, que parece ter ficado um pouco mais difícil na continuação – ou pelo menos mais normal, já que The Isle Dragon Roars se mostrava ser até fácil demais e não chegava a representar nenhum tipo de desafio. Mesmo assim, The Forsaken Maiden também não tem alto nível de dificuldade desde que o jogador se mantenha em níveis razoáveis ao longo da gameplay.
Inovação e continuidade
Mesmo com poucas diferenças em relação ao primeiro jogo da série, The Forsaken Maiden ainda conseguiu apresentar inovações em sua gameplay, com sessões onde a jogabilidade muda completamente e incorpora elementos característicos de outros tipos de jogos como stealth, por exemplo.
Outro ponto interessante são os cenários onde o jogo se passa, com a equipe de desenvolvimento apostando em mapas enxutos representando as ilhas do jogo, que são separados pelo próprio oceano, atuando como uma espécie de hub entre as áreas disponíveis. Esses pequenos mapas são melhor incorporados pela história, diferente dos mapas maiores de The Isle Dragon Roars, que contém mais coisas para o jogador explorar mas que também passam a sensação de serem vazios.
Apesar dessas diferentes, o que é realmente importante em The Forsaken Maiden é a continuidade: mesmo não sendo uma sequência direta do primeiro título e sendo plenamente possível aproveitá-lo como um jogo stand alone, elementos presentes no jogo fazem referência ao mundo construído no game anterior e recompensam aqueles que conhecem sua história.
Além disso, a própria experiência se torna mais agradável caso o jogador conheça o primeiro jogo, já que os elementos que permeiam a gameplay como o combate, a exploração e o próprio formato de contação de história são idênticos e permitem que o jogador foque na nova história a sua frente.
Veredito
Em termos técnicos, The Forsaken Maiden mais uma vez mostra a qualidade da sua equipe de desenvolvimento. O trabalho de Kimihiko Fujisaka no design de personagens, particularmente, se destaca novamente pela importância dos próprios durante o jogo: com a grande limitação de representar os personagens somente em cartas, se faz necessário que os designs escolhidos sejam de excelente qualidade e que funcionem para várias situações, coisa que o trabalho de Fujisaka supre sem nenhum tipo de falha.
A trilha sonora também é um pouco diferente do primeiro jogo, com um pouco mais de presença de vocais e também pendendo mais para o lado épico do som. As músicas deixam de ser uma trilha de fundo para ser algo de maior destaque, particularmente durante lutas e momentos importantes da narrativa.
Os personagens em geral são bem escritos, mesmo aqueles que não tem tanto tempo de tela, e mantém coesão com os acontecimentos narrados pelo jogo. Esses acontecimentos carregam, também, a marca Yoko Taro presente em seus títulos, com vários pontos de virada no enredo que surpreendem o jogador. É um jogo que vale suas cerca de 25 horas de investimento.
Voice of Cards: The Forsaken Maiden já está disponível para Playstation 4, Nintendo Switch e PC via Steam.
Key cedida por: Square Enix