Esse certamente é um filme que te deixará surpreso em todos os sentidos. Logo no início da trama, temos um cenário que aparenta ser algo próximo a uma comédia/romântica com o golpista Roy Courtnay (Ian McKellen) tentando ganhar a confiança recém-viúva Betty McLeish (Helen Mirren).
Roy já tem o costume de aplicar esses golpes online (com mulheres) e com novos investidores (ambiciosos e desesperados por qualquer oferta tentadora) se passando por uma boa companhia ou oferecendo propostas irrecusáveis, porém o mesmo não esperava que a mulher abrisse sua casa e sua vida para ele, Roy então se surpreende quando começa a de fato se importar com ela.
Com uma trilha sonora de qualidade nos embarcamos nesse jogo de gato e rato que a princípio tem um tom leve, porém com o desenvolver da trama o espectador se vê envolto em uma trama bem mais ardilosa e tensa. Os acontecimentos acabam tomando rumos muito além do que o espectador poderia pensar. O que era apenas armação para transferência de dinheiro, se tornou em algo muito mais profundo envolvendo a “vida passada” do golpista.
Um dos pontos fracos (que talvez não seja tão fraco assim) é a ingenuidade demasiada da recém-viúva Betty McLeish, mas fato esse que ao final da trama se torna compreensível.
A Grande Mentira tem o poder de fazer as pessoas repensarem que até mesmo as pessoas com índoles más e ruins envelhecem e nem sempre melhoram. Ian McKellen como Roy Courtnay é a prova viva que nem sempre as pessoas mudam, ou melhor, nem sempre mudam para melhor.
A dupla de sucesso Bill Condon e Ian McKellen se reencontraram nesse longa pela quarta vez depois de terem trabalhado juntos em “Sr. Sherlock Holmes” e “Deuses e Monstros” e o trabalho não foi menos que satisfatório. O longa contém um grande plot twist, mas o que de fato surpreendeu foi a motivação que levou a essa reviravolta.
O longa distribuído pela Warner Bros. estreia dia 21 de novembro no Brasil.
NOTA: 4 / 5