Dragon Age Absolution | Crítica – Nesta sexta-feira, 9 de dezembro, a Netflix nos agraciou com sua mais nova colaboração entre animação e jogos: Dragon Age Absolution, uma história original ambientada no universo de Thedas, anos depois do final do jogo Dragon Age: Inquisition, da Bioware.
Uma boa introdução ao universo
Quando falamos de adaptações de videogames para as telas, uma grande pergunta que surge é: “se não sou fã, vou me divertir assistindo?”. A resposta sempre varia! Arcane e Castlevania – por exemplo – conseguiram inserir novatos no universo de forma magistral, enquanto outros, como Persona 5, alienam os novatos com sua trama. Dragon Age Absolution fica em um meio termo.
O primeiro episódio da animação faz um excelente trabalho em introduzir o universo e, ao mesmo tempo, entregar várias referências e informações excitantes aos fãs de longa data. Apesar de abusarem um pouco de narrações expositivas – quando introduzem o Império de Tevinter, pro exemplo – as apresentações são feitas de forma a ambientar o grande público ao mundo de Thedas.
Entretanto, a cena final da animação (sem spoilers!) pede que o espectador possua conhecimento prévio de Dragon Age para que haja uma real reação. Em contrapartida, planta uma semente de curiosidade para que a audiência busque mais informações sobre o universo, o que claramente parece uma jogada de marketing para produzir interesse no próximo jogo da franquia, Dragon Age Dreadwolf.
A história de Dragon Age Absolution
Mantendo a proposta sem spoilers desta crítica, basta dizer que Dragon Age Absolution traz a história de uma ex-escrava de Tevinter que se envolve em um roubo que possui consequências maiores que ela imaginava – tanto no âmbito pessoal, quanto nas consequências do mundo.
O enredo, entretanto, sofre um pouco ao desenvolver todos os personagens nos seus curtos seis episódios. Com um elenco de personagens interessantíssimos, apenas os principais Miriam, Hira e Rezaren recebem o desenvolvimento necessário. Mas isso também pode ser considerado um ponto forte do roteiro, já que mesmo com pouco tempo de tela, passamos a nos importar e querer saber mais sobre os restante do grupo de Miriam.
Pela natureza de “prequela” da produção, também fica a questão se os conflitos não solucionados serão resolvidos em uma segunda temporada (não anunciada) ou esperará que a audiência procure o jogo Dragon Age Dreadwolf para descobrir o destino final dos personagens e trama.
Quesitos técnicos
A animação foi produzido pelos estúdios Red Dog Culture House em parceria com a Bioware. Dirigido por Mairghread Scott, Dragon Age Absolution possui uma direção de arte que remete diretamente aos jogos, e apesar de 80% da trama se passar em apenas uma locação, conseguem explorar muito bem as oportunidades de mostrar a aptidão de seus artistas.
A fluidez da animação é belíssima, destacando-se nas diversas cenas de ação e remetendo à outra obra dos estúdios Red Dog Culture, The Witcher: A Lenda do Lobo.
A dublagem também merece um destaque, tanto em português quanto em inglês – inclusive, os atores de personagens reincidentes voltaram na animação. Já a localização da tradução traz algumas inconsistências com a lore canônica, como quando se referem ao Divino de Tevinter no feminino, por exemplo.
A trilha sonora também parece ter sido inspirada pela obra de Dragon Age: Inquisition, mas com originalidade própria, agradando fãs antigos com suas referências musicais, mas dando uma identidade única à animação.
Veredito
A Netflix mais uma vez prova a vantagem em adaptar jogos no formato de animação com Dragon Age Absolution, sendo uma peça para introduzir novos fãs à franquia e excitar fãs antigos. Com uma bela animação, trilha sonora e enredo cheio de reviravoltas, a obra é uma excelente adição à franquia Dragon Age e ao catálogo de animações da Netflix.
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