A segunda temporada da série Sex Education da Netflix chegou à plataforma de streaming nessa sexta-feira (17 de janeiro). A série retorna com o elenco principal, com Asa Butterfield (Otis), Gillian Anderson (Jean), Emma Mackey (Maeve) e Ncuti Gatwa (Eric).

Drama e triângulos românticos

Sex Education volta confortavelmente ao status quo estabelecido no final da primeira temporada, entretanto, faz um excelente trabalho em não se repetir. Ainda melhor, a trama não se alonga em dramas desnecessários e prossegue a narrativa de forma natural.

O começo da segunda temporada parece implicar a exploração de possíveis triângulos românticos, mas toma decisões criativas que, num geral, vão agradar aqueles que – como eu – não gostam dessa abordagem.

O drama é de fato entregue pelo desenvolvimento dos personagens. Agora que os conhecemos bem, a série consegue explorar as nuances das suas caracterizações, sabendo levar a história a pontos onde suas forças e fraquezas serão melhor exploradas.

Como Otis e sua mãe lidarão com o fato de que Jean namora o pai de sua namorada? Como Maeve lidarará com a chegada repentina de sua mãe viciada? Como Eric navegará suas emoções sobre Adam após a chegada de um novo aluno de intercâmbio? As reações dos personagens às adversidades são o que tornam Sex Education tão especial.

Temas sérios tratados com tato

Sex Education já havia estabelecido que não tinha medo de abordar temas sérios, mas a segunda temporada entrega uma nova nuance de temas.

Diferentes orientações sexuais são exploradas de forma inteligente e natural para a narrativa, mas os pontos que realmente brilham são assuntos de saúde mental, vícios e abuso sexual. Não é difícil ver como esses temas podem sair do controle, mas Sex Education lida com eles com tato e bom gosto.

Não precisamos ver um personagem cometendo suicídio na tela para que se fale dos perigos da ansiedade e depressão. Não é preciso que um personagem seja brutalmente estuprado para que se fale sobre como a sociedade lida com abuso sexual. Um personagem não precisa atingir o auge do vício em cocaína para que fale-se sobre abuso de drogas. Sex Education claramente sabe disso e trata esses assuntos com maestria.

A comédia permanece

Mas claro, nem tudo na série precisa ser sério e educativo. Um dos pontos mais memoráveis da primeira temporada de Sex Education foi a forma leve e cômica com a qual a série lidou com assuntos considerados tabu. Essa tendência permanece nessa nova fase.

Um exemplo claro é o novo problema de Otis no início dessa nova jornada, que agora lida com uma necessidade compulsiva de se masturbar.

Em resumo, a segunda temporada de Sex Education consegue repetir o feito da primeira com uma história recheada de personagens interessantes, performances extraordinárias dos atores, uma trama recheada de drama e reviravoltas e uma comédia peculiar, que não tem medo de rir do absurdo que é a vida.

O material promocional da segunda temporada resume bem: viver é duro, amar é estranho e ser estranho é bem normal.