Simplesmente tudo no primeiro Ni no Kuni me encantava. Sendo assim, quando Ni no Kuni II: Revenant Kingdom foi anunciado, obviamente não conseguia conter a minha emoção. 

Ni no Kuni: Wrath of the White Witch, o antecessor, foi durante muitos anos o meu RPG favorito da vida, sendo superado posteriormente primeiro por Child of Light da Ubisoft e mais recentemente por Persona 5 Royal.

Quando eu o joguei, no meu não mais tão bem conservado PS3, tudo me encantou. Simplesmente fiquei hipnotizado com a ideia de um RPG com a arte e toda a pegada de um filme do Studio Ghibli combinada com a belíssima trilha de Joe Hasashi (Nausicaä, Mononoke etc.).

Então para fazer essa review da versão definitiva Revenant Kingdom me entreguei nas mãos da equipe da Level 5 para descobrir se eles conseguiriam fazer com que um raio caísse duas vezes no mesmo lugar.

A história

Cronologicamente falando, estamos num futuro distante em relação ao primeiro jogo. Somos apresentados inicialmente a Roland, presidente do que aparenta ser os Estados Unidos, no momento em que ele estava sendo escoltado para uma cidade.

Porém, antes de chegar a ela, a mesma é atingida por um míssil que não só a apaga do mapa como atinge Roland e toda a sua comitiva. Após perder a consciência, ele surge em outro mundo de frente a um jovem rapaz loiro com orelhas e rabos de gato (OK. Alguém exagerou aqui no uso do Gerador de Isekai Aleatório.).

O garoto, se chama Evan e está prestes a ser coroado o próximo rei de Ding Dong Dell. Porém pouco antes de assumir o trono sofre um golpe de estado e junto com Rolland e sua serva mais fiel, Aranella, ele tem que fugir de seu castelo para não correr o risco de ser executado.

Agora sem seu reino, o jovem ex-futuro-rei parte numa aventura em busca de construir uma nova nação para chamar de sua.

Rei Evan em frente ao seu trono em Ni no Kuni II: Revenant Kingdom PRINCE'S EDITION
Evan Pettiwhisker Tildrum perdeu o seu trono em Ding Dong Dell e partiu em uma jornada para construir um novo reino.

Um ponto que eu gostaria de destacar é o quão interessante é termos a visão desse mundo, que desde o primeiro jogo tem uma pegada que parece mirar mais num público mais novo, na ótica de um adulto, mesmo que isso seja pouco explorado a partir de certo ponto da história.

Em comparação, Wrath of the White Witch tem no seu elenco principal e em toda o seu enredo um ar de aventura muito mais juvenil (Objetivamente falando o Swaine é um adulto, mas não dos mais responsáveis).

E falando dos personagens do jogo. Eu gosto dos personagens de Ni no Kuni II: Revenant Kingdom, mas sinto que eles não são tão carismáticos ou especialmente marcantes como os do primeiro jogo.

Guarde suas pokébolas

Todo mundo que jogou o primeiro game sabe que apesar de toda originalidade do visual e da trilha do jogo, ele possui algumas semelhanças com o famoso RPG de coletar monstrinhos da Game Freak em uma de suas mecânicas. Em especial na parte de domar, treinar e evoluir criaturas para usá-las nas lutas do jogo.

Só que (para surpresa de alguns) essa mecânica não retornou em Ni no Kuni II: Revenant Kingdom. Aqui você ( no caso seus personagens) tem que lutar suas próprias lutas de forma mais direta.

Evan junto dos Higgledies em Ni no Kuni II: Revenant Kingdom PRINCE'S EDITION
Higgledies são pequenas criaturinhas elementais que vão te auxiliar nas batalhas

Na prática o sistema anterior foi substituído pelos Higgledies, monstrinhos associados a elementos da natureza que exercem funções de apoio nas suas batalhas. Assim como os Familiars, eles também são colecionáveis (100 no total). Entre as habilidades disponíveis estão a melhoria de atributos, recuperação de HP e ataques especiais que são ativados ao se aproximar deles e apertar um botão específico.

Hora da luta

O combate é mais ágil e mais dinâmico que no seu antecessor e graças a mecânicas novas adicionadas, as lutas possuem espaço para desenvolvimento de estratégias diferentes para se chegar às vitórias.

E o principal acréscimo neste campo é o Tactic Tweaker. Ele é um painel habilitado em certo momento do jogo que permite a customização de diversos atributos relacionados às batalhas e para alterá-los você consome pontos conquistados ao subir de nível com seus personagens.

Usando o Tactic Tweaker em Ni no Kuni II: Revenant Kingdom PRINCE'S EDITION
O Tactic Tweaker amplia o leque de estratégias disponíveis em Ni no Kuni II: Revenant Kingdom

E as possibilidades são diversas. Você pode fazer com que seus lutadores sejam mais fortes contra um tipo específico de monstro em detrimento de outros ou que suas vitórias lhe deem mais dinheiro ao invés de experiência. Ou até que dropem mais equipamentos. Tudo num sistema de balança em que se favorece um lado desfavorecendo outro.

Construindo o seu reino

Como Evan foi destronado antes mesmo de sentar no assento real, caberá a você construir um novo reino para o menino. E não só construí-lo. Também é sua responsabilidade governá-lo.

Tendo isso em vista, uma parte importante do jogo após o reino ser estabelecido é a sua administração. Neste ponto Ni no Kuni II: Revenant Kingdom busca muitas inspirações em jogos de administração de recursos.

Alocação de trabalhadores em Ni no Kuni II: Revenant Kingdom PRINCE'S EDITION
Cada trabalhador possui características próprias e cabe a você escolher qual tarefa é mais adequada a ele.

Você deverá fazer construções, recrutar pessoas, realizar pesquisas etc. Tudo para garantir o crescimento do seu reino. E aquilo realizado do lado de dentro vai ajudar nas suas aventuras mundo afora e vice-versa.

Por falar em lutas, todo reino precisa de um exército, e durante a sua jogatina será possível controlar pequenos exércitos em um dos modo de batalha. Esse modo inclusive conta com mecânicas próprias de batalha diferentes das convencionais do resto do jogo.

Batalha de exércitos em Ni no Kuni II: Revenant Kingdom PRINCE'S EDITION
Fique atento as vantagens e desvantagens de cada exército durante as batalhas

Conclusão

Ni no Kuni II: Revenant Kingdom é um JRPG, não tão bom quanto seu antecessor, mas ainda assim digno de boas notas. Como principal ponto negativo eu destaco a dificuldade.

O jogo é bem fácil se jogado no Normal. Nem mesmo nos chefes eu consegui perder um personagem sequer, na maioria das vezes eu sequer precisei usar itens que recuperem HP. E isso é triste, pois tira a necessidade de fazer uso das customizações que o jogo te permite. Basta esmagar os botões que você vence. Então a minha primeira dica se você for um jogador experiente é subir a dificuldade.

Gameplay de uma luta em Ni no Kuni II: Revenant Kingdom PRINCE'S EDITION
A dinamicidade das lutas é um ponto a se destacar em Ni no Kuni II: Revenant Kingdom

Também senti falta do mesmo esmero com a dublagem e com o visual que o primeiro jogo tinha, mas isso é porque a barra de Wrath of the White Witch era bem alta e mesmo sem superá-la o nível de Revenant Kingdom ainda é bom.

Apesar disso ainda recomendo demais este jogo. Sendo assim fica a dica para você aproveitar que essa versão, Ni no Kuni II: Revenant Kingdom PRINCE’S EDITION, lançada no último dia 17 de Setembro para Switch é a versão definitiva do jogo que inclui as DLC’s lançadas anteriormente.

 

*Key para Nintendo Switch: cedida por Bandai Namco

REVER GERAL
Trilha Sonora
Visual
Jogabilidade
Desempenho
ni-no-kuni-ii-revenant-kingdom-princes-edition-criticaNi no Kuni II: Revenant Kingdom é um JRPG, não tão bom quanto seu antecessor, mas ainda assim digno de boas notas. E com todas as vantagens da PRINCE EDITION é compra certa pro seu Switch.