Com o lançamento do mais novo remake na série, Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven, tivemos a oportunidade única de entrevistar o produtor do jogo, Shinichi Tatsuke!
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Nesta entrevista, podemos ter um pouco mais da visão do produtor da série sobre o desafio de reconstruir um jogo sem o seu material original disponível, sua quest line favorita e sua visão sobre RPGs ocidentais e japoneses!
Vale lembrar também que temos uma crítica em texto do game que com certeza foi uma das maiores surpresas do ano para O Megascópio!
Segue, em texto, a entrevista que tivemos com o produtor Shinichi Tatsuke.
Primeiramente, gostaria de agradecer por nos conceder essa entrevista e separar uma parte do seu tempo para responder nossas perguntas. Já tive algumas experiências com a série SaGa anteriormente, mas Revenge of The Seven me tornou um grande fã!
Sem mais delongas, partirei para as perguntas:
Romancing SaGa 2 é um jogo absolutamente recheado de conteúdo, com vários objetivos que geram uma reação em cadeia com outras quests. Mesmo tendo o material original como base, ainda foi desafiador encarar a tarefa de fazer esse Remake?
Como não tínhamos os arquivos de design ou especificações do jogo original, começamos jogando o original e mapeando as rotas da história que estavam presentes e determinamos como cada história afetaria as outras. Então, como havia muitas partes que eram difíceis de entender se o original fosse deixado como está, primeiro implementamos o cenário como está no material original e, então, complementamos as partes que não estavam muito claras.
Suponho que, no processo de realizar o remake, vários pontos do jogo original viraram debate se seria justo ou não realizar alterações, seja para se adequar a sensibilidades modernas, por balanceamento ou até mesmo por questões de qualidade de vida do jogador. Como produtor do jogo, qual era o seu raciocínio e o da equipe ao decidir como algo seria alterado ou melhor adaptado para o Remake?
Decidimos manter a visão de mundo, o enredo e os sistemas da franquia SaGa, como os Glimmers e Formations, como eram no original. Nossa abordagem foi implementar melhorias nas áreas da jogabilidade que eram menos intuitivas do que em um RPG moderno. Por exemplo, no sistema de batalha do jogo original, o jogador selecionaria os comandos de todos os cinco personagens primeiro e, então, entraria em ação para executar esses comandos. Mas neste remake, implementamos um sistema de linha do tempo modernizado, onde cada personagem age imediatamente após o jogador inserir seu comando, o que eu acho que melhora significativamente o ritmo e a dinâmica das batalhas. Também tornamos as fraquezas inimigas (uma vez descobertas) visíveis e adicionamos um ícone de lâmpada para indicar quais habilidades têm maior chance de Glimmering. Acho que essas atualizações tornam a experiência mais intuitiva e envolvente.
O ponto que eu mais gosto de Romancing SaGa 2 é que ele gira em torno de quests que têm repercussões em outros objetivos. Poderia nos contar qual é sua Quest favorita e também a quest que foi mais trabalhosa para readaptar para o Remake? Eu pessoalmente adoro a Quest da sereia e toda a longa e complicada jornada que envolve realizá-la.
Gosto da linha de missões de Cumberland. Nesta missão, há um tema claro em torno da sucessão ao trono de Cumberland, com rotas realmente variadas que podem ser tomadas, e há até mesmo alguma tensão em torno do colapso do reino em alguns casos, o que achei muito emocionante. No remake, tornamos as condições mais “relaxadas” do que no original para evitar que o reino entrasse em colapso, pois vimos que os jogadores iniciantes colapsaram seus reinos a uma taxa considerável quando realizamos testes iniciais do jogo.
SaGa sempre foi uma série que teve dificuldade de achar seu público no ocidente e Revenge of the Seven é, na minha opinião, o melhor jogo da franquia e muito mais acessível mecanicamente e visualmente agradável se comparado com seus antecessores. Existe a chance de termos mais remakes ou até mesmo um Romancing SaGa 4 com o mesmo escopo desse remake?
Muito obrigado. Fico muito feliz em ouvir isso. Se esse título for bem-sucedido, acredito que ajudará a levar ao próximo passo, então, por favor, aguardem o futuro da franquia SaGa.
Para nós no ocidente, temos uma forma muito particular de olhar RPGs que vêm do Japão. Normalmente, esperamos ver um jogo com progressão linear com um grande foco na trama, personagens e mecânicas de batalha que são muito focadas em algumas restrições. SaGa, entrega jogos que desafiam essa visão e são mais semelhantes ao que esperamos de RPGs clássicos ocidentais. Como desenvolvedor, como você vê a diferença entre esses dois estilos de “fazer jogos” e o que realmente diferencia jogos ocidentais e jogos vindos do Japão?
Como você mencionou, os títulos SaGa são estruturalmente similares aos jogos ocidentais de mundo aberto. Não só há liberdade na ordem de progressão, mas os desenvolvimentos subsequentes mudam de acordo com as escolhas que você faz. Muitos JRPGs focam na história, e o jogo frequentemente se desenrola como um filme. Por outro lado, sinto que os primeiros títulos da franquia SaGa focam nas experiências, e a história existe mais como um veículo que as entrega.
Para fechar, você teria uma mensagem especial para os jogadores brasileiros que já conhecem a série ou estão conhecendo agora com Revenge of the Seven? Novamente, obrigado pela oportunidade! Simplesmente adorei Revenge of the Seven e é uma honra poder realizar essa entrevista!
Enquanto em um RPG padrão, o jogador vivencia uma parte da vida de um único protagonista, neste jogo o jogador assume o papel de um Imperador, passando o trono Imperial para Imperadores vindouros, um após o outro, criando assim uma experiência que abrange milhares de anos de história. Este jogo único foi refeito para ser mais acessível nesta era atual. O jogo oferece uma seleção de níveis de dificuldade, tornando-o acessível não apenas para fãs do original, mas também para os novos jogadores. Uma versão demo também está disponível, então, por favor, experimente.
Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven já está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch e PC via Steam.