Romancing SaGa: Minstrel Song é o mais novo relançamento em uma leva de revitalização que a Square Enix está proporcionando aos seus títulos mais antigos, e como muitos títulos dessa revitalização, Romancing SaGa: Minstrel Song em 2022 é um jogo cuja o maior mérito é o de ser uma peça muito curiosa da história muito além de qualquer outra competência.
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Antes de tudo, uma breve aula de história
Sendo uma criação de Akitoshi Kawazu, um membro central no desenvolvimento e responsável pelo design de batalha dos dois primeiros títulos na série Final Fantasy, Makai Toushi Sa-Ga ou The Final Fantasy Legend no ocidente, foi uma empreitada da antiga Square de desenvolver um título para o Game Boy em 1989. Empreitada essa que rendeu mais duas sequências no Game Boy culminando com o lançamento de Romancing SaGa para o SNES em 1992 e, por sua vez Romancing SaGa: Minstrel Song, que é um remake do título de 1992 produzido para o PlayStation 2 em 2005.
SaGa é uma longa franquia com cerca de 10 títulos nos consoles e 3 títulos mobile e tem entre suas características principais uma exploração livre do mundo e uma história não linear com diferentes ramificações de desenvolvimento.
Nos últimos anos tivemos o relançamento dos 3 jogos da série para Game Boy na forma de Collection of Saga, o relançamento de Romancing SaGa 2 e 3 em plataformas modernas e agora em dezembro de 2022 teremos o lançamento de Romancing SaGa: Minstrel Song Remastered fechando o ciclo da segunda trilogia da série.
Uma nova SaGa começa aqui
Minstrel Song carrega muito claramente várias das mesmas influências que moldaram os primeiros títulos da série Final Fantasy, isso se manifesta muito claramente no quão aberto o jogo é em deixar nas mãos do jogador todas as escolhas, decisões e progressão.
No jogo temos a opção de escolher entre 8 protagonistas diferentes, cada um com sua própria história e objetivos. A todo o momento estamos iniciando novas quests que surgem de forma natural interagindo com NPCs e há um grande foco em proficiências tanto dentro quanto fora de batalha.
O combate em Minstrel Song se dá de uma forma bem diferente comparada a outros RPGs de turno, com o jogador podendo escolher todas as ações dos personagens de uma vez e também a ordem com que elas acontecem, com as ações dos inimigos sendo inseridas entre elas.
O sistema de proficiência com armas, estilos de combate e progressão também se apresenta aqui na forma dos “Glimmers” em que atacar com uma arma que o seu personagem tem familiaridade pode revelar uma nova habilidade de combate para o seu guerreiro, e a progressão dos personagens se dá em eventuais upgrades para status individuais ao final de cada batalha.
Ao fim de cada combate todos os status, pontos de vida e pontos de ação são resetados, o que evita incômodos que eram comuns nos primeiros títulos de Final Fantasy como ter que se curar após cada combate, mas também permite algumas liberdades e mudanças de dinâmicas curiosas como o alto dano que todo inimigo pode causar, fazendo cada embate pedir mais engajamento do jogador.
A Narrativa do Menestrel
O remake receber o subtítulo Minstrel Song também não é sem razão. Além de músicas marcantes espalhadas por todo o jogo, o bardo que sempre estará presente em todas as tavernas independente do protagonista escolhido e será o responsável por apresentar ao jogador histórias que contextualizam o mundo e partes importantes do plot principal mesmo que a campanha do seu personagem não se ligue muito diretamente com ela.
Em momentos a narrativa de Minstrel Song pode pecar. Apesar de cada linha de diálogo ser dublada, nenhuma interação soa de forma natural e as missões não se conectam muito naturalmente umas com as outras. Além disso, com um elenco de 8 protagonistas diferentes disponíveis assim que se começa um novo jogo, é esperado que cada um deles seja adequado para a primeira jogada, mas isso não é verdade em alguns casos.
Esse remaster além de aumentar a resolução de texturas, felizmente traz recursos que já fazem parte do esperado como opções para acelerar a velocidade do jogo e um quick save. O jogo oferece também diversas opções de configuração para a experiência como a opção do conteúdo adicional estar ou não habilitado para a sua partida, apesar do jogo não conseguir se explicar muito bem do que se trata esse conteúdo adicional.
O jogo não possui legendas ou dublagem em português além de também não possuir nenhuma opção de acessibilidade.
Veredito
O maior trunfo de Minstrel Song é ser essa peça histórica que por décadas foi subestimada no ocidente. A dinâmica de vários protagonistas coexistindo ao mesmo tempo em um só mundo, com novas aventuras sendo descobertas de forma natural é uma fórmula que podemos utilizar sendo utilizada em muitos títulos da própria Square-Enix ao decorrer das décadas, mesmo que nesse título ela esteja ainda em uma forma muito bruta.
Sem contar que ele ainda se mantém muito único e novo nos seus conceitos de combate por turnos e progressão através de proficiências. Não é um exagero dizer que Romancing SaGa: Minstrel Song apresenta o ideal refinado do que foi o sistema de combate do infame Final Fantasy II e o entrega de uma forma muito mais única e interessante de se engajar.
Romancing SaGa: Minstrel Song Remastered será lançado no dia 01/12 para o PS4, PS5, Nintendo Switch, Steam, Android e iOS.
Chave para review cedida por: Square Enix