Tomek Baginski, produtor executivo da série The Witcher na Netflix, em uma extensa entrevista para a Gazeta Wyborcza falou sobre a polêmica e especulação que rodeiam a série, sobre sua relação com Sapkowski, a Netflix e os fãs.
A princípio, ela fala sobre seu relacionamento com Andrzej Sapkowski e sobre como é trabalhar com uma gigante como a Netflix.
“Finalmente, depois de muitas perturbações, fiz contato com Andrzej Sapkowski e palavra por palavra começamos a trabalhar na adaptação. Dois anos atrás, esta conversa se transformou em uma ideia para uma série da Netflix.”
Baginski fala sobre o início de trabalhar em The Witcher.
“Foi um longo processo. Também porque as empresas ainda estavam envolvidas em outros projetos: o estúdio gráfico e de cinema da Platige Image e a CD Projekt Red, produtora de jogos. Adicionado a isso, haviam memórias associadas à adaptação anterior [que adiaram o projeto]“.
O produtor também deu sua opinião sobre a “difícil” natureza de Andrzej Sapkowski.
“Eu acho que 90% das situações em que Andrzej Sapkowski é considerado como desagradável são casos em que suas palavras são mal interpretadas. Ele usa uma linguagem um pouco mais complexa do que a média e situações em que suas palavras foram mal interpretadas parecem negativas, quando na verdade não havia tais conotações, pode ser contado em dezenas.”
Baginski se recusa a comentar sobre o caso que Sapkowski exigiu 60 milhíµes de Złoty da CDPR, responsável para o jogo The Witcher, apesar do fato de que anteriormente vendido os direitos autorais.
O produtor também tocou nas questões que inflamam os fãs da saga de Witcher e os jogadores: o elenco para a série, que, principalmente na Polônia, teve muitas opiniões negativas. Henry Cavill, conhecido principalmente da série de filmes Superman, foi escolhido para o papel principal de Geralt. O papel da feiticeira Yennefer será interpretado por Anya Chalotra e Ciri por Freya Allan.
“Eu entendo que os fãs têm suas próprias ideias, mas todos os atores que aparecem na série passaram por uma peneira fina durante as audições. “
Houve muita controvérsia sobre o anúncio em que uma atriz de uma minoria étnica havia sido procurada para o papel de Ciri. Baginski admitiu, no entanto, que ele e o resto da equipe que lida com a série estão preparados para críticas:
“As pessoas têm o direito de julgar. Também ganhamos dinheiro porque estamos expostos a tais críticas. Se tem gente reclamando na Internet, que não gostam de uma escolha de elenco, paradoxalmente significa que fazemos bem o nosso trabalho. Temos que entreter as pessoas, por isso, se alguém usa o assunto para debater online, é legal.”
Quando perguntado por que Cavill é o perfeito Geralt, ele disse:
“Você vai ver na tela. Agora ficarei em silêncio como uma sepultura. Henry Cavill é um cara grande e forte, eu não vou mexer com ele.”
Ele também admitiu que entende parcialmente por que os fãs poloneses estão interessados na parte eslava de The Witcher:
“Os eslavos fora do Slavdom (gíria para regiões onde vivem pessoas da etnia eslava) são desconhecidos. E para os outros, é um mundo tão exótico quanto o mundo de samurais, vikings ou indianos. E você tem que usar isso.” Ele acrescentou, no entanto, que a saga de Andrzej Sapkowski deriva de referências e tradições culturais muito diferentes.
O produtor também admitiu que a cooperação com a Netflix é puro prazer: “Nesse nível, a equipe é formada por profissionais. Esse trabalho é um prazer. A indústria cinematográfica na Polônia é bastante provinciana.”
Tomasz Baginski é o produtor criativo de The Witcher. Suas indicações ao Oscar para a “Catedral” de 2002 e o Leão de Ouro em Veneza para o filme “Cinematógrafo”. Ele ganhou o prêmio BAFTA por “The Art of Fall”. Ele colaborou na criação de animações para jogos sobre “The Witcher”. Desde 1999, ele é associado ao prestigioso estúdio Platige Image, onde é diretor de criação.
E aí, o que acharam das declarações de do produtor? Fiquem ligados no Megascópio para mais notícias sobre a série.